
Em meio às tensões recentes entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o Brasil — marcadas pelo tarifaço e por declarações agressivas que reacenderam o debate diplomático —, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, buscou apaziguar os ânimos e reforçar a mensagem de acolhimento. “Os norte-americanos são muito bem-vindos ao Brasil”, afirmou ele, em entrevista ao M&E, destacando a separação entre os discursos políticos e o desejo legítimo dos povos de se conectarem por meio do turismo.
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Segundo Freixo, as relações diplomáticas brasileiras seguem pautadas pelo diálogo e pela soberania, e o atual governo mantém um posicionamento de respeito às nações. “Nenhum dos problemas atuais foi criado pelo Brasil. O governo Lula preza por relações respeitosas com o mundo inteiro”, enfatizou.
“Nenhum dos problemas atuais foi criado pelo Brasil. O governo Lula preza por relações respeitosas com o mundo inteiro”
Freixo afirmou que o Brasil vive seu melhor momento no turismo internacional. Em 2023, o país recebeu 6,77 milhões de turistas — número que deverá ultrapassar os 8 milhões em 2024, superando a meta do Plano Nacional de Turismo para 2027, que era de 8 milhões, dois anos antes do previsto.
“O Brasil é um país desejado pelo mundo inteiro porque tem democracia, instituições funcionando, cultura, sol e praia, lazer e um povo acolhedor — além de um governo acolhedor”, disse Freixo.
“O Brasil é um país desejado pelo mundo inteiro porque tem democracia, instituições funcionando, cultura, sol e praia, lazer e um povo acolhedor — além de um governo acolhedor”
Entre as principais ações da Embratur voltadas para o mercado norte-americano está a inauguração de uma galeria “Visit Brasil” em Nova York, prevista para novembro. A exposição será dedicada ao Pantanal e terá uma abordagem sensorial e imersiva. “Vamos mostrar o Brasil com ‘S’, com saber, sabor, cheiro, gastronomia, fotografia. O Brasil é uma obra de arte, e obras de arte se visitam em galerias”, afirmou Freixo.
Marca Nordeste será lançada na FIT Buenos Aires
Outro destaque da fala do presidente da Embratur foi o lançamento da marca “Nordeste”, previsto para acontecer durante a Feira Internacional de Turismo (FIT), em Buenos Aires. Segundo ele, a iniciativa — desenvolvida em parceria com o Consórcio Nordeste — busca posicionar a região como um destino unificado, à semelhança do que representa o Caribe para o mercado internacional.
“O Caribe não é um país, é uma marca. O Nordeste também pode ser. Com a expansão da malha aérea argentina para vários estados nordestinos, como Bahia, Pernambuco e Maranhão, ganhamos todos com uma promoção integrada”, disse Freixo.
COP30 na Amazônia: um desafio necessário
Freixo também comentou sobre os desafios logísticos para a realização da COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém (PA). Diante da polêmica recente envolvendo a disparada de preços na rede hoteleira — com diárias chegando a saltar de R$ 350 para R$ 6.000 —, ele reconheceu as limitações da infraestrutura local, mas ressaltou o esforço do governo para garantir estrutura, incluindo o deslocamento de dois navios com mais de 6 mil leitos para acomodar participantes.
“Fazer uma COP na Amazônia é desafiador, mas é também simbólico e necessário. Não será um evento massivo, por limitações naturais da região, mas será uma COP de muito sucesso pela importância de se realizar em um estado amazônico”
“Fazer uma COP na Amazônia é desafiador, mas é também simbólico e necessário. Não será um evento massivo, por limitações naturais da região, mas será uma COP de muito sucesso pela importância de se realizar em um estado amazônico”, finalizou.