
O Voa Brasil, programa do governo federal que prometia passagens aéreas por menos de R$ 200, enfrenta adesão mínima desde seu lançamento em julho de 2024. Apenas 1,5% das passagens ofertadas foram vendidas, mesmo com a expectativa de democratizar o acesso ao transporte aéreo.
Segundo o ministro Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, o problema principal está na comunicação. “A gente falhou na comunicação do Voa Brasil, porque nós não tínhamos, por parte do próprio governo federal, uma priorização dessa comunicação. Fizemos uma pesquisa e mais de 95% dos aposentados do Brasil não conhecem o Voa Brasil“, afirmou, em entrevista à revista Veja.
O programa exige login na plataforma Gov.br e tem critérios específicos para beneficiários de programas sociais, o que torna o acesso burocrático. Porém, na prática, qualquer pessoa, inclusive estrangeiros, consegue comprar as mesmas passagens pelo mesmo valor por meio de ferramentas simples, como pesquisas no Google, sem precisar acessar a plataforma oficial.
Especialistas apontam que o programa não considerou totalmente os hábitos de compra do público-alvo, como aposentados, que costumam viajar de ônibus e adquirir passagens próximas à data de embarque. Além disso, tarifas aéreas abaixo de R$ 200 são raras em períodos curtos, pois as companhias aéreas priorizam a rentabilidade do serviço sobre a prática de preços muito baixos.
Ainda não há informações sobre novas estratégias de divulgação ou possíveis mudanças no formato do programa.