O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a falta de planejamento orçamentário para a manutenção de patrimônios históricos no Brasil. A declaração foi dada nesta quinta-feira (6), durante entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, ao comentar o desmoronamento da igreja de São Francisco de Assis, em Salvador.
“Precisamos rever isso e ter responsabilidade ao fazer um tombamento, visando sua manutenção. Caso contrário, vai ter muita coisa tombada no Brasil caindo”, afirmou.
Lula disse que acompanha a situação e que orientou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a tomarem providências. Ele manifestou solidariedade às vítimas do incidente e destacou a importância de prever recursos financeiros para a preservação de edifícios tombados.
Segundo o presidente, toda proposta de tombamento deve ser acompanhada de um plano de manutenção com previsão orçamentária. Ele citou as dificuldades para restaurar a Praça dos Três Poderes, em Brasília, após os atos de 8 de janeiro de 2023. “Quando a gente tomba, faz um gesto para a humanidade, porque preservar a história e a cultura é fundamental. Mas depois percebemos que não há dinheiro no orçamento, seja do governo federal, estadual ou municipal”, disse.
Lula mencionou que em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco, muitos patrimônios são tombados sem previsão de recursos para conservação. Ele criticou o abandono desses locais e cobrou mais responsabilidade das autoridades que propõem novos tombamentos.
“Vejo um monte de prédios tombados na Bahia, em Pernambuco. Mas o cidadão que fez o tombamento e aprovou a lei não coloca um orçamento para conservação. Tomba e a coisa vai apodrecendo, envelhecendo, caindo”, declarou.
