
Em meio à escalada dos preços de hospedagem em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (09) que o próprio mercado deve equilibrar a situação durante a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).
“Se alguém está cobrando muito caro em Belém e alguém já comprou é porque quer pagar. Nessa história, a gente tem que saber que o mercado pode regular para mais ou para menos”, disse Lula em entrevista à Rede Amazônica.
O presidente reconheceu as limitações de infraestrutura da cidade, mas garantiu estar confiante na realização do evento. “Eu conheço a infraestrutura de Belém, eu sei da dificuldade, eu sei da falta de leitos, mas nós estamos fazendo um esforço incomensurável. Só do governo federal tem mais de R$ 6 bilhões investidos em saneamento básico e infraestrutura”, afirmou.
Lula destacou que a conferência terá caráter amazônico e não deve ser comparada a edições anteriores em grandes capitais globais. “Não pensem que vai ser uma COP em Paris, em Madrid, em Roma. Vai ser uma COP no Brasil, no Pará, em Belém, no coração da selva amazônica, inclusive com muito carapanã. Lá, a gente quer mostrar a Amazônia”, disse.
O presidente também prometeu dar o exemplo ao evitar diárias caras. “Se precisar de um exemplo, eu dou. Eu não vou pagar hotel caro”, declarou.
A expectativa da organização é que cerca de 50 mil pessoas participem da COP30 entre os dias 10 e 21 de novembro. A disparada nos preços preocupa governos e delegações estrangeiras, sobretudo de países com menos recursos. Uma força-tarefa foi anunciada para auxiliar na busca de acomodações.
Um caso emblemático é o do antigo Hotel Nota 10, rebatizado como “Hotel COP30”. O local aumentou as diárias de R$ 70 para R$ 6,3 mil durante o evento, mas até agora não registrou reservas. Com apenas 17 quartos, os proprietários tentam negociar a locação integral para alguma delegação internacional, mas os valores não atraíram interessados.