O fluxo de turistas estrangeiros de Estados Unidos, Canadá e Austrália registrou leve queda no segundo trimestre de 2025, após a retomada da exigência de vistos para viajantes desses países. Entre abril e junho, foram 176.491 visitantes, 0,6% a menos que no mesmo período do ano passado. O recuo quebrou uma sequência de alta iniciada no primeiro trimestre, quando o número de turistas desses países havia subido 25,3%.
A medida, em vigor desde abril, segue o princípio da reciprocidade adotado pelo governo Lula. O objetivo era estimular os três países a também dispensarem o visto para brasileiros, o que não aconteceu. A exceção foi o Japão, que aceitou retirar a exigência bilateralmente.
Após matéria publicada pelo G1 sobre os dados mais recentes, o ex-presidente Jair Bolsonaro fez criticas a situação, e atribuiu a queda à decisão do atual governo. Em resposta, o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, reagiu com firmeza nas redes sociais: “Ao contrário do que diz o ex-presidente e futuro presidiário, o Brasil está batendo recordes históricos tanto na entrada de turistas internacionais quanto de receitas. Vamos passar dos 8 milhões de turistas, algo que nunca aconteceu na história”, garantiu.
Freixo atribuiu os bons números ao que considera uma reconexão do Brasil com o cenário internacional. “Estamos 48% acima dos números de 2024, que já foram recordes. O Brasil voltou a ser visitado porque voltou a ser respeitado”, afirmou.
Mesmo com o recuo pontual, os dados acumulados do primeiro semestre seguem positivos. Os Estados Unidos lideram entre os três países afetados, com 410 mil visitantes, cerca de 83% do total do grupo. No geral, o Brasil já recebeu 5,3 milhões de turistas em 2025, e o governo projeta superar os 8 milhões até o fim do ano.
No Congresso, a exigência de vistos segue sendo alvo de contestação. Um projeto para derrubar a medida foi aprovado no Senado, mas está parado na Câmara. Críticos alegam prejuízo ao setor, enquanto o Itamaraty defende a política e afirma que a isenção anterior não trouxe aumento significativo no fluxo de turistas.
