A embaixada dos Estados Unidos em Brasília disse, depois de emitir o visto de entrada da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) com o gênero masculino, que o governo americano só reconhece dois sexos: o masculino e o feminino. A parlamentar denunciou nesta quarta-feira (16) que teve sua identidade de gênero negada durante o processo de emissão de visto diplomático para participar de uma conferência acadêmica nos Estados Unidos.
“A embaixada dos Estados Unidos informa que os registros de visto são confidenciais conforme a lei americana e, por política, não comentamos casos individuais. Ressaltamos também que, de acordo com a Ordem Executiva 14168, é política dos EUA reconhecer dois sexos, masculino e feminino, considerados imutáveis desde o nascimento”, explicou a embaixada.
A Ordem Executiva 14168, emitida em janeiro por Donald Trump, exige que os departamentos federais reconheçam o gênero como um binário masculino-feminino imutável e proíbe a autoidentificação de gênero em documentos federais, como passaportes.
Documentos reunidos pela equipe da deputada revelam que a embaixada norte-americana em Brasília deliberadamente registrou Erika com o sexo masculino, desconsiderando sua certidão de nascimento retificada e seu passaporte brasileiro que atestam seu gênero feminino.
“É absurdo que o ódio que Donald Trump nutre e estimula contra as pessoas trans tenha esbarrado em uma parlamentar brasileira indo fazer uma missão oficial em nome da Câmara dos Deputados”, disse Erika, que é a primeira deputada federal trans a chegar ao Congresso Nacional.
Fonte: Agência Brasil