O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), apresentou retração em novembro. Com queda mensal de 0,9%, o indicador registrou 73,4 pontos, abaixo do nível de satisfação, de 100 pontos, algo que vem acontecendo desde abril de 2015. É a primeira queda após cinco meses consecutivos de alta e estabilidade.
Apesar disso, o nível é o maior da série desde março de 2021 (73,8 pontos) e melhor do que o registrado em novembro de 2020 (69,8). Na comparação anual, o indicador apresentou uma elevação de 5,1%, mantendo a tendência positiva dos meses anteriores. Entre os itens avaliados pela pesquisa, Emprego Atual se destacou como a única taxa positiva mensal, apresentando crescimento de 0,2% e de 6,2%, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Mesmo com a melhora da percepção do mercado de trabalho, as famílias mostraram atenção no tocante ao consumo. O item Acesso ao Crédito obteve a segunda queda consecutiva, de 2,3%, apresentando a maior taxa negativa do mês. Além da redução do poder de compra, o encarecimento do crédito também afetou o item Perspectiva de Consumo, que manteve o resultado negativo do mês anterior, registrando queda de 1,5%.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que esse recuo foi influenciado pela trajetória de alta dos juros, iniciada pelo Banco Central para conter o aumento dos preços. “Os números demonstram que as incertezas econômicas e políticas estão sendo incorporadas pelos consumidores”, observa.