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O que pensam os especialistas sobre o impacto do IOF no turismo

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Após o governo elevar para 6,38%, ante 0,38%, a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos pagamentos em moeda estrangeira, muitos integrantes da cadeia turística se perguntaram qual seria o impacto da decisão nos gastos do consumidor em viagens internacionais ou até mesmo na hora de definir o destino das próximas férias. Pois bem, os dados do Banco Central revelam que os brasileiros gastaram US$ 2,1 bilhões no exterior em janeiro de 2014 – o que seria o equivalente a R$ 4,95 bilhões. O valor é inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado: US$ 2,3 bilhões.

Para entender melhor o impacto do aumento da alíquota do IOF em gastos no exterior, o TripAdvisor realizou uma enquete entre os dias 5 e 9 de janeiro com 1.434 usuários. Nela, 64% das pessoas afirmaram que o aumento nos cartões pré-pagos alterou os planos de viagem para o exterior.

Para o presidente da Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio (Abracam), Tulio Ferreira dos Santos, a decisão do governo de elevar o IOF para 6,38% para os pagamentos com cartões de débito no mercado externo e carregamento de cartões pré-pagos com moeda internacional não faz muito sentido. De acordo com ele, se a ideia do governo é elevar a arrecadação e/ou conter o gasto de turistas brasileiros no exterior, a nova tributação também teria de recair sobre o câmbio em espécie. “Não consegui entender o objetivo. Isso só prejudica o usuário, que acabará comprando o papel moeda. Só aumenta o risco do viajante, que passará a andar com mais moeda”, disse.

A decisão anunciada pelo Ministério da Fazenda não prejudicou as agências de viagem. Pelo menos é o que garante o vice-presidente de Relações Internacionais da Abav Nacional, Leonel Rossi. Segundo ele, os turistas brasileiros buscam alternativas menos convencionais para driblar o custo adicional nos gastos.

“Todo mundo se adaptou. Não recebemos nenhuma reclamação das agências. Os clientes estão levando dinheiro. Alguns brasileiros, por exemplo, estão fazendo o cartão pré-pago no exterior. Assim não precisam pagar o IOF”, disse.

2013 – Embora o dólar tenha encerrado o ano passado com alta acumulada de 15% ante o Real, o gasto de brasileiros no exterior foi recorde: US$ 25,34 bilhões, informou o Banco Central. O número representa alta de 14% em relação a 2012, quando os gastos somaram US$ 22,23 bilhões. Só em dezembro, os brasileiros gastaram US$ 2,21 bilhões fora do país. Já os estrangeiros gastaram no Brasil bem menos: US$ 6,71 bilhões – valor pouco acima do registrado no ano anterior, US$ 6,64 bilhões.

Apenas em dezembro, os turistas deixaram no país US$ 579 milhões, número também bem abaixo do que os brasileiros gastaram nas viagens internacionais. Dessa maneira, a conta de gastos no exterior apresentou déficit de US$ 18,63 bilhões no ano passado, ante US$ 15,58 bilhões em 2012. Em dezembro, a conta ficou negativa em US$ 1,63 bilhão para o Brasil.

Cartões pré-pagos têm clientes fieis

Quem adquiriu o cartão pré-pago antes do aumento e já está acostumado a viajar com ele, não tem optado por outra forma de pagamento. Embora não possa divulgar números objetivos, a American Express afirma que o interesse por novas emissões do seu Global Travel Card diminuiu, no entanto, os consumidores já acostumados a utilizá-los continuam efetuando recargas praticamente no mesmo volume de antes do aumento do IOF.

“Entre dezembro e janeiro tivemos uma queda na busca pelo produto, mas  as recargas tiveram uma diminuição muito pequena”, contou a vice-presidente para a América Latina e Canadá de produtos pré-pagos da American Express, Rose Del Col. “Isso demonstra que o consumidor que está acostumado com o cartão, reconhece as suas vantagens e continua utilizando”, complementou.

De acordo com ela, com planejamento é possível amenizar o impacto do imposto neste meio de pagamento. A executiva explicou que a maioria dos bancos pratica uma taxa de câmbio maior para trocas em espécie do que para recargas em cartões pré-pagos. Isto, somado a descontos exclusivos que o American Express Global Travel Card possui em algumas lojas, acaba tornando a opção pelo cartão pré-pago vantajosa. Há descontos para quem possui este cartão entre 15% e 30% em lojas como Macy’s, Reebok e Perfumeland, por exemplo.

“Com os descontos, além da diferença da taxa de câmbio, há como recuperar a diferença do IOF”, afirmou Rose.

Outra vantagem apontada é o congelamento da taxa de câmbio no momento da recarga. Desta forma, o cliente não fica exposto a variações da moeda durante a viagem.
 

Colaborou: Anderson Masetto

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