
A tarifa dos Estados Unidos sobre exportações brasileiras, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto de 2025, deve elevar os custos da alimentação fora do lar no Brasil, segundo a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp). A entidade projeta aumento nos preços de itens como carnes, pescados, café e suco de laranja, com impacto em restaurantes, bares e lanchonetes.
Em nota, a Fhoresp afirma que o tarifaço deverá pressionar o mercado interno ao afetar produtos considerados carros-chefes da exportação brasileira. “Estes alimentos terão toda a cadeia produtiva impactada. O café, por exemplo, pode perder até 30% da sua produção em exportação, o que acarretaria num aumento de até 6% no preço interno”, informou a federação.
A entidade projeta que os efeitos no setor ocorram em médio e longo prazos, com reajustes no cardápio que podem chegar a até 10%. A estimativa considera a necessidade de realocar no mercado interno parte da produção originalmente destinada ao exterior, com consequente aumento de preços.
“Temos de colocar todos os cenários à mesa, para que o Brasil entenda o que pode estar por vir, inclusive, um quadro de recessão econômica. No médio e longo prazo, o mercado interno deve sofrer com impactos em toda a cadeia produtiva, sobretudo no agronegócio”, afirmou o diretor-executivo da Fhoresp, Edson Pinto.
Pinto classificou a medida norte-americana como “catastrófica” e declarou que se trata de “um franco ataque à cadeia do agronegócio brasileiro”.