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Com 5,3 milhões de visitantes, turismo no Brasil dispara e deve movimentar US$ 168 bi em 2025

Brasil
Embratur destaca, no Dadosfera de julho, aumento da conectividade aérea, novos mercados e futuro promissor do turismo no Brasil (Reprodução)

O Brasil avança em todas as frentes do turismo internacional. Após atingir um recorde histórico de visitantes estrangeiros no primeiro semestre, o país agora celebra a expansão acelerada da conectividade aérea, o aumento da emissão de bilhetes para os próximos meses e projeções econômicas robustas para 2025 e além. Os dados são da Embratur, com base em levantamentos do Ministério do Turismo, WTTC e outros relatórios internacionais.

Somente entre julho e setembro deste ano, já foram emitidos aproximadamente 604 mil bilhetes aéreos internacionais com destino ao Brasil, um crescimento de 30% em relação ao mesmo período de 2024. Todos os principais mercados emissores apresentaram alta, com destaque para Colômbia (+104%), Argentina (+92%), Chile (+48%), México (+47%) e França (+30%).

A Argentina lidera o ranking de emissores no trimestre, com mais de 107 mil bilhetes, seguida por Estados Unidos, Chile, França e Portugal. Os dados reforçam o apetite internacional pelo destino Brasil, puxado por uma malha aérea em plena expansão.

Mais voos internacionais ligando o Brasil ao mundo

De acordo com a Embratur, 43 rotas internacionais foram iniciadas ou retomadas em 2025, fortalecendo a conectividade aérea do Brasil com mercados estratégicos. Um dos maiores avanços se dá nas conexões com a América do Sul, especialmente entre cidades argentinas (como Bariloche, Mendoza, Córdoba e Rosário) e capitais brasileiras.

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(Reprodução/Dadosfera)

Também se destacam novas rotas para Espanha, Portugal, Colômbia, Estados Unidos e Canadá. Estão entre os trechos inaugurados ou retomados:

  • Madri – Campinas, Fortaleza e Recife
  • Lisboa – Fortaleza; Porto – Recife e Campinas
  • Bogotá – Belém, Manaus e Brasília
  • Miami – Belém; Orlando – Fortaleza
  • Toronto – Rio de Janeiro

Essa ampliação da malha aérea reforça a competitividade do Brasil como destino global e contribui para a descentralização dos pontos de entrada de turistas.

Projeções econômicas: turismo ganha peso no PIB e no mercado de trabalho

Segundo estimativas do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o turismo no Brasil deverá movimentar US$ 168 bilhões em 2025, o equivalente a 7,7% do Produto Interno Bruto nacional. O setor também deve gerar 8,2 milhões de empregos, considerando os efeitos diretos, indiretos e induzidos – o que representa 8% do total de postos de trabalho no país.

Para 2035, as projeções indicam uma contribuição de US$ 199 bilhões ao PIB e a criação de 9,7 milhões de empregos, com aumento de 3,1% nos gastos de visitantes internacionais, que devem alcançar US$ 10,1 bilhões ao final da próxima década.

Viagens do futuro: millennials, bem-estar e inteligência artificial

Diversos estudos apontam as tendências que vão moldar o setor de viagens nas próximas décadas. Até 2030, estima-se que 90% dos consumidores de viagens de lazer serão millennials e integrantes da geração Z, com forte preferência por experiências autênticas, bem-estar e viagens mais longas e transformadoras. O preço seguirá sendo um fator decisivo.

O Brasil deverá investir fortemente em personalização de roteiros, com destaque para micro-itinerários voltados a públicos específicos, como famílias, que predominam entre os viajantes atuais.

Outro alerta importante é a necessidade de reforçar a marca Brasil nos mercados emissores emergentes, especialmente Índia, China e países do Sudeste Asiático, que devem liderar o crescimento global até 2040. O mercado indiano, por exemplo, tende a quintuplicar em tamanho. Segundo dados da Google e Deloitte, o total de viagens internacionais no mundo deve saltar de 1,5 bilhão (2019) para 2,4 bilhões em 2040.

Nesse novo cenário, vídeos curtos em redes sociais como TikTok e concierges baseados em inteligência artificial serão as principais fontes de informação e planejamento de viagens.

Percepção internacional e turismo de eventos em alta

O Brasil também tem se fortalecido como destino de eventos e convenções. No ranking ICCA GlobeWatch 2024, o país conquistou a 15ª posição mundial em número de eventos internacionais realizados, atrás apenas de Estados Unidos e Canadá nas Américas. No total, 42 cidades brasileiras sediaram encontros internacionais – um crescimento de 62% em relação ao ano anterior – com destaque para Maceió, Salvador e Foz do Iguaçu.

No exterior, a imagem do Brasil segue em alta. Segundo clipping da Embratur, o país é destaque entre os destinos mais desejados por argentinos, chilenos e uruguaios, com ênfase em cidades como Florianópolis, Búzios, Maceió e Rio de Janeiro. Além disso, o custo-benefício do Brasil é apontado como mais vantajoso em comparação com destinos concorrentes da América do Sul.

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