
Um levantamento da Onfly aponta que a combinação do IOF doméstico e do chamado “tarifaço internacional” imposto pelos Estados Unidos manteve os custos das passagens corporativas elevados, mesmo diante de uma redução nos valores das tarifas base. Entre agosto de 2023 e agosto de 2025, o ticket médio total, considerando taxas e impostos, teve leve queda de 3,1% no acumulado, passando de R$ 828,68 para R$ 803,07, mas as taxas extras acumularam alta de 33,7%.
Segundo Rafael Cunha, Head de dados da Onfly, “o impacto das taxas adicionais é expressivo e pode anular boa parte do benefício da redução das tarifas base. Para o passageiro corporativo, o valor final nem sempre reflete a diminuição do preço da passagem”. A análise considerou bilhetes emitidos a partir de janeiro de 2023, com taxas acima de R$ 30, garantindo maior robustez aos dados.
O estudo mostra também que a antecedência nas compras influencia nos custos finais. Viagens adquiridas com até 10 dias de antecedência registraram aumento de 8,4% em 2024, enquanto as adquiridas com mais de 10 dias cresceram 8,1% em 2025, refletindo impacto do IOF e de tarifas aeroportuárias. Apesar de leve recuo em 2025, as taxas permanecem acima dos patamares de 2023, reforçando a necessidade de planejamento corporativo.
Em voos nacionais, o ticket médio caiu 3,6% em 2024, mas voltou a subir 6,4% em 2025 com o novo IOF. Já nos voos internacionais, o ticket apresentou aumento de 2% em 2024, seguido de recuo de 5,1% em 2025. Especificamente para Estados Unidos, o ticket médio acumulou alta de 4,5% e as taxas cresceram 33,7% no período, evidenciando os efeitos combinados do tarifaço, da alta cambial e da recomposição de margens das companhias aéreas após anos de prejuízo.
“O cenário exige planejamento cuidadoso das empresas. O tarifaço americano não incide diretamente sobre passagens, mas pressiona custos dolarizados e pode reduzir a demanda corporativa. O IOF e as taxas mantêm a instabilidade, tornando o custo final significativamente maior do que em 2023”, conclui Cunha.