
O setor de serviços, que reúne atividades como transporte, alimentação, imobiliárias e turismo, caiu 0,9% na passagem de outubro para novembro, de acordo com os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados nesta quarta-feira (15), pelo IBGE. As atividades turísticas, especificamente, recuaram 1,8% entre os dois meses, mas ainda se mantiveram 11,1% acima do patamar pré-pandêmico. Se comparado ao mesmo período de 2023, o volume de atividades turísticas no Brasil cresceu 9,2%, a sexta alta seguida.
“A alta dos preços das passagens aéreas em novembro exerceu uma pressão negativa importante sobre a receita real das companhias aéreas, o que acabou trazendo um reflexo negativo relevante sobre o indicador especial de turismo neste mês”, explicou Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa.
Análise geral do setor
No geral, ao observar os 11 primeiros meses de 2024, constata-se uma alta de 3,2% no volume de serviços. Em 12 meses, o acumulado positivo chega a 2,9%. Na comparação com novembro de 2023 houve expansão de 2,9%. O IBGE aponta ainda que o setor se encontra 16,9% acima do nível pré-pandemia.
Apesar do recuo de 0,9% ser o mais agressivo desde abril de 2023, quando atingiu -1,8%, Rodrigo avalia que o dado negativo de novembro não significa o início de uma trajetória de queda. Em sua estimativa, mesmo que não haja crescimento do setor de serviços em dezembro de 2024 ante dezembro de 2023, o setor fechará o ano com alta de 2,9%, repetindo o resultado final de 2023. “Provavelmente vai ser o quarto ano consecutivo de crescimento”, aponta.
Possíveis razões do resultado negativo
O número negativo de novembro foi resultado de apenas duas das cinco atividades pesquisadas: transportes (-2,7%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-2,6%). Rodrigo explica que as quedas dessas duas atividades se seguem a dois meses seguidos de alta, sendo assim, “o saldo dessas atividades nos últimos três meses ainda é positivo”.
O setor de transportes tem peso de 36,4% na PMS e, consequentemente, serve como o principal agente de resultado mensal. Uma das explicações para o recuo nos transportes como um todo é a queda do transporte rodoviário de cargas, devido a uma menor produção agrícola. Além disso, outras influências negativas foram o transporte aéreo de passageiros, impactado pela alta no preço das passagens aéreas; e o transporte rodoviário coletivo de passageiros.
Nos grupos com alta se encontram os setores de: informação e comunicação (1%), outros serviços (1,8%) e serviços prestados às famílias (1,7%).
Fonte: Agência Brasil