
O setor de Turismo no Brasil faturou R$ 17,1 bilhões em maio de 2025, alta de 7,9% em relação ao mesmo mês do ano anterior. De janeiro a maio, o acumulado é de R$ 90,4 bilhões, o maior já registrado na série histórica iniciada em 2012. Os dados são da FecomercioSP, com base em informações do IBGE.
O crescimento do mês foi impulsionado por fatores pontuais como o feriado do Dia do Trabalhador e a configuração do calendário, com quatro semanas completas de dias úteis, o que favoreceu tanto o turismo de lazer quanto o corporativo. A expansão atingiu todos os segmentos analisados e se espalhou por todas as regiões do País.
O transporte aéreo foi o principal responsável pelo desempenho do mês, movimentando R$ 4,3 bilhões — aumento anual de 12%. A queda no preço das passagens (-13,2% segundo o IBGE) e o crescimento de 14% na demanda resultaram em um acréscimo de R$ 460 milhões no faturamento do modal.
Na hotelaria, o crescimento foi de 15,9%, com R$ 1,9 bilhão faturado em maio. A alta foi influenciada tanto pela inflação do setor (11%, segundo o IBGE) quanto pelo aumento da ocupação hoteleira, que avançou 9% de acordo com o Fohb.
As agências de viagem e operadoras turísticas somaram R$ 1,3 bilhão, alta de 6,4%. O dado é considerado estratégico por indicar tendência futura de consumo, já que parte significativa das vendas ocorre com meses de antecedência, conforme dados da Braztoa.
O segmento de alimentação fora do domicílio também teve avanço de 4,9%, atingindo R$ 2,72 bilhões. O resultado está atrelado tanto à alta de preços (inflação de 7,7% em 12 meses) quanto ao crescimento no fluxo de turistas, segundo análise da FecomercioSP.
O transporte rodoviário de passageiros (exceto municipal) teve faturamento de R$ 2,9 bilhões, também com alta de 4,9%. O serviço é apontado como opção viável para faixas de renda mais baixas e vem apresentando retomada gradual.
Regionalmente, o Rio Grande do Sul registrou o maior crescimento percentual: 48,6% em relação a maio de 2024. O desempenho, porém, é resultado de uma base comparativa fragilizada. O Estado ainda opera abaixo dos níveis pré-crise, com R$ 770 milhões faturados no mês — 5,9% abaixo de maio de 2023.
São Paulo manteve a liderança nacional em valores absolutos, com R$ 4,35 bilhões em maio, avanço de 4,6% na comparação anual. Outros Estados que se destacaram foram Bahia (12,7%), Rio de Janeiro (12%) e Amazonas (10,8%). As maiores quedas foram registradas no Tocantins (-7,9%), Mato Grosso (-7,5%) e Rondônia (-5,4%).
A metodologia do estudo considera dados da Pesquisa Anual de Serviços (PAS) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), ambas do IBGE, ajustadas pelo IPCA. A análise abrange apenas os segmentos total ou parcialmente ligados ao Turismo, com estimativas realizadas por meio de critérios estatísticos de representatividade e proporcionalidade.