
Parece coisa de filme futurista, mas já é realidade nas salas de treinamento da Brussels Airlines. A companhia aérea belga, integrante do Lufthansa Group, é a primeira a substituir parte do treinamento tradicional de pilotos por sessões de realidade virtual, e sem a presença de instrutores.
O projeto foi desenvolvido ao longo de dois anos em parceria com a Airbus, através do braço de treinamento do grupo Lufthansa, e já começou a ser implementado com os pilotos que operam aeronaves do modelo A320.
Em julho, duas tripulações da Brussels Airlines concluíram parte da certificação conhecida como Type Rating usando apenas o programa de realidade virtual. Foi a primeira vez na história da aviação que uma fase desse treinamento foi realizada sem instrutor humano e sem o uso de simuladores físicos como os painéis fixos.
Segundo o Lufthansa Group, o sistema oferece uma experiência mais próxima da realidade, com ambiente 3D que simula fielmente o interior da cabine. “A realidade virtual permite que nossos pilotos treinem de forma autodidata, ganhem memória muscular e segurança nas manobras, o que torna o aprendizado mais eficaz”, afirma o comandante Gauthier Lesceu, responsável pelo conteúdo teórico da Brussels Airlines.
O plano da Lufthansa é expandir a tecnologia para outras dez companhias do grupo que operam o A320, em sete centros de treinamento espalhados pela Europa. Isso inclui Lufthansa, Swiss, Austrian Airlines, Eurowings e Edelweiss Air.
Por enquanto, o foco está em procedimentos de rotina. Mas o próximo passo já está no radar: simular situações anormais e emergenciais, além de expandir para aviões maiores como os A330 e A350.