
Machu Picchu, cartão-postal do Peru e uma das Novas Sete Maravilhas do Mundo, corre o risco de perder o título que a consagrou internacionalmente. O alerta foi feito pela organização New7Wonders, que aponta falhas de preservação, gestão e inclusão das comunidades locais.
A cidadela inca atrai cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano, mas enfrenta problemas de superlotação. Mesmo com um sistema de limitação diário adotado em 2024, as medidas não têm funcionado de forma eficaz, e o excesso de turistas pressiona as estruturas históricas e a experiência de quem visita.
Outro ponto crítico é o transporte até Aguas Calientes, cidade-base para Machu Picchu. Protestos, concessões contestadas e bloqueios em trilhos e estradas já deixaram visitantes presos na região. Além disso, falhas na venda online de ingressos e denúncias de comércio paralelo aumentam a insegurança no destino.
Comunidades locais também reclamam de exclusão nas decisões e da falta de distribuição justa dos lucros gerados pelo turismo. Os protestos têm repercussão internacional e afetam a credibilidade do Peru como destino seguro.
Caso perca o status de Maravilha do Mundo, Machu Picchu pode sofrer queda no fluxo de visitantes, o que impactaria diretamente a economia da região. Mas o maior risco é a degradação irreversível de um patrimônio histórico que simboliza a harmonia entre natureza e cultura andina.
A New7Wonders cobra um plano sustentável que inclua limite real de visitantes, transporte eficiente, venda de ingressos transparente e maior participação das comunidades. Sem isso, a cidadela pode repetir a trajetória de destinos que sofreram com o turismo massivo, como Veneza e Dubrovnik.