A aviação brasileira já há algum tempo passa por uma série de mudanças que tende a modernizar e facilitar as viagens aéreas em todo o país. A implementação de novas famílias de tarifas e suas vantagens aos consumidores mudou a forma do passageiro viajar e dos agentes de viagens em comercializar seus pacotes. As categorias implementadas pelas principais aéreas brasileiras acabaram criando oportunidades para todos os viajantes.
E no meio desta mudança estão as agências de viagens, que precisam se acostumar com este novo modelo e atender a necessidade de cada cliente. A notícia boa é que Avianca e Gol, por exemplo, já têm intenção de comissionar estes profissionais na venda de serviços auxiliares, o que pode aumentar diretamente a receita tanto das próprias agências quanto das companhias. São criados benefícios adicionais aos passageiros que elevam os ganhos também de agências e aéreas.
Este foi o assunto do debate “Revolução Tarifária no Aéreo: novas oportunidades para os agentes”, que aconteceu durante este segundo dia de Abav Expo 2017 e contou com a participação do VP da avianca Brasil, Tarcísio Gargioni, do diretor da TAP Air Portugal, Mario Carvalho, e do gerente comercial da Gol, Fabrício Jerônimo. Luis Vabo, da Reserve, foi o moderador do debate. Tarcísio Gargioni, por exemplo, considera injusto que o agente não seja remunerado pelo serviço que está prestando e pelos serviços extras que está oferecendo.
“As famílias tarifárias acabaram sendo um grande estímulo para a aviação nacional. Nós consideramos que cada tarifa atende melhor cada perfil de público. Agora, com relação a receitas auxiliares, há uma tendência natural do setor aéreo ao incrementar muito esta parte porque o cliente pede, uma forma de agregar valor a viagem. E é natural que o agente de viagens participe disso. E queremos benefícios igualitários em todos os canais, queremos rentabilizar o agente que vende o nosso serviço porque é justo que o profissional seja remumerado por isso”, disse.
O presidente da Avianca afirmou que houve um enorme erro de comunicação nesta transação. “Quando mudamos este modelo, comunicamos de uma forma que parece que o cliente tinha perdido um direito já adquirido. Todo mundo entendeu que quem tem bagagem vai pagar mais e é exatamente ao contrário: quem não tem bagagem para despachar vai pagar menos. Mas o mercado já está se conscientizando que é justo pagar o que realmente usa. Esta fase inicial crítica já passou, logo é importante que o profissional nos ajude nesta nova caminhada.
Para o gerente Comercial da Gol, gerente comercial da Gol, Fabrício Jerônimo, o intuito é apresentar um produto mais adequado a cada perfil. “Isto era uma necessidade geral. E no momento que adaptamos este produto, fica mais fácil para as agências comercializarem também. A Gol hoje tem três tipos de tarifa e as agências já ajudam bastante a vender este serviço. O modelo de franquia de bagagens, por exemplo, só temos ainda nos canais da Gol, mas imagino que num horizonte próximo isto deve mudar. Agora, existe a intenção da Gol de comissionar o agente de viagem na venda de serviços, um ganho extra e eventual”.
De acordo com o diretor da TAP para o Brasil, Mario Carvalho, o grande desafio do agente de viagens é que tenha condições de fidelizar o passageiro. “Agora, o negócio não é vender a tarifa mais barata, porque pode ser um mal serviço oferecido ao cliente. Logo estamos de frente a um novo desafio de identificar as necessidades de cada passageiro. É preciso vender valor e não somente preço”, disse.