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Com 590 blocos, Belo Horizonte terá o maior Carnaval de sua história em 2019

Com 590 blocos e cerca de 700 desfiles cadastrados para 2019, a capital mineira terá programação para os mais diferentes tipos de público. (Foto: Flávio Charchar)

Com 590 blocos e cerca de 700 desfiles cadastrados para 2019, a capital mineira terá programação para os mais diferentes tipos de público. (Flávio Charchar)

Belo Horizonte se prepara para o maior Carnaval de sua história. Em 2018, foram cerca de quatro milhões de foliões curtindo os 420 desfiles de blocos de rua na cidade e, este ano, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur, tem expectativa de crescimento público de 20%. O evento deste ano já conta com 590 blocos de rua cadastrados, que farão cerca de 700 desfiles no período oficial do Carnaval de Belo Horizonte. Isso significa aumento de 40% de blocos nas ruas da cidade, durante a festa.

O Carnaval de BH terá atração para todos os públicos, com blocos de diferentes ritmos musicais como rock and roll, jazz, forró e até mesmo carimbó.  Alguns blocos do Carnaval de Belo Horizonte nasceram para homenagear artistas famosos. O Ziriguidum Stardust, por exemplo, reúne sua bateria para executar os clássicos do falecido pop star David Bowie. Chama o Síndico embala sucessos de Tim Maia e Jorge Ben. Tem o Toca Raul, que homenageia Raul Seixas. Filhos de Clara revive Clara Nunes.

Em 2017 surgiu o Lindo Bloco do Amor, convidando o público a cantar as músicas de Gonzaguinha, artista que morou boa parte de sua vida em Belo Horizonte, na Pampulha. “Estávamos em um forró quando tivemos a ideia de fazer um bloco somente com músicas do Gonzaguinha, que tem um repertório vasto, bom de cantar. Muito samba, muita música nordestina, o que deu super certo para a pegada do nosso Carnaval. Os arranjos são originais, mas com ritmo carnavalesco”, comenta Aloísio Horta, músico e idealizador do Lindo Bloco do Amor, junto com Everton Coroné e Flávio Renegado. Para 2019, Horta dá um spoiler: “vamos homenagear também o pai de Gonzaguinha. Gonzagão tem uma obra fantástica e a relação entre ele e seu filho é muito intensa, rica. É o que vamos tentar explorar.”

SERTANEJO RAIZ

É o Amô é um dos blocos estreantes do Carnaval de Belo Horizonte. Levou mais de 120 mil foliões amantes do sertanejo de raiz para o coração da Savassi. Fundado pelos músicos Di Souza e Peu Cardoso, com direção musical do Rodrigo Torino, o bloco mistura o sertanejo dos anos 80 e 90, com bateria de Carnaval. “Temos muito cuidado na escolha desse repertório, porque sabemos que existe muita música machista no universo do sertanejo. Pinçamos com muito carinho clássicos do sertanejo, como a música Evidências, por exemplo. Até metaleiro estava curtindo com a gente”, comenta Débora Campos, produtora.

“Depois desses anos vivendo a experiência do Carnaval de Belo Horizonte, o É o Amô chega como bloco revelação pelo Prêmio Fuzuê 2018 e com uma aceitação enorme do público. Apostamos no crescimento em 2019 e estamos preparando novas surpresas”, promete Peu Cardoso, maestro e um dos idealizadores do É o Amô. O bloco tem 150 ritmistas em sua bateria e conta também com uma ala de dança.

CULTURA DE RUA

Em 2018 a cultura do hip hop, do rap e do funk ganhou seu lugar no Carnaval de Belo Horizonte. O Carnarap se concentrou debaixo do Viaduto de Santa Tereza, no sábado de Carnaval. “A proposta é o rap desde o seu lado sujo, mais underground, até o trap, que são misturas do rap com a música eletrônica. Agregamos outras culturas da periferia, como o funk – dentro do viés consciente -, justamente porque tem uma história de luta contra o preconceito. Se o rap e o hip hop já nasceram da resistência, tem essa origem de luta, tínhamos que participar do Carnaval de Belo Horizonte, que também é resistência”, comenta Winy Mangabeiras, produtora do Carnarap.

“Nesse ano, fizemos dentro do formato da batalha entre os crews (grupos de MCs que se unem para rimar) de Belo Horizonte, mas queremos estender nosso público para além da batalha de MCs. Vamos resgatar artistas antigos e também da nova geração e pretendemos sair duas vezes no Carnaval”, adianta Winy.

O bloco "Todo Mundo Cabe no Mundo" celebra a diversidade e inclusão de pessoas portadoras de deficiência

O bloco “Todo Mundo Cabe no Mundo” celebra a diversidade e inclusão de pessoas portadoras de deficiência (Foto: Divulgação)

CARNAVAL INCLUSIVO

Criado pelo artista Marcelo Xavier em 2016, o bloco Todo Mundo Cabe no Mundo acolhe pessoas com deficiências de todos os tipos. A ideia é que todos têm direito de ser feliz. Cadeirante há cerca de vinte anos, desde que descobriu ser portador de esclerose lateral amiotrófica, o artista defende a democracia da sua bateria. Ou seja, quem chegar é bem-vindo.

“Nossa ideia de Carnaval sempre foi a de afirmação da festa como manifestação folclórica – a maior do país – ou seja, popular, democrática, gratuita e aberta ao livre espaço da rua em que todos os cidadãos se sintam convidados a participar. Por sorte, a cidade optou pelo Carnaval com estas características. Parece-nos viver a realização de um sonho”, afirma Marcelo Xavier. E vai além: “Festa popular sem a inclusão absoluta de todos, que condene parte da população, seja ela qual for, a meros espectadores é um contrassenso. Conhecemos muito bem o grande inimigo do ideal de inclusão social: o preconceito. Sabemos, também, da força de armas como a arte, o folclore, a alegria, o compartilhamento no combate a esse inimigo. O nosso Carnaval tem essas armas e é com elas que botamos o nosso bloco na rua”, conclui o artista.

 

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