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Inflação desacelera e bares e restaurantes de SP iniciam retomada econômica gradual

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Ana Azevedo

Publicado - 18/07/2025 - 18:00

deliciosa comida de rua natureza morta Inflação desacelera e bares e restaurantes de SP iniciam retomada econômica gradual
Setor alimentício de SP lucra mais, mas inflação e energia ainda freiam retomada completa (Banco de imagens/Freepik)

A queda nos preços de alimentos e bebidas em junho favoreceu a recuperação parcial de bares e restaurantes em São Paulo. Segundo dados da Abrasel SP, 46% das empresas do setor voltaram a operar com lucro no mês, após um período de margens comprimidas pela inflação e pelos custos operacionais elevados. A informação tem como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que apontou deflação de -0,18% no grupo de alimentação e bebidas, mesmo com alta geral de 0,24%.

O levantamento mais recente da associação, feito com empresários da capital paulista, revela ainda que 36% dos estabelecimentos registraram estabilidade e 17% seguiram com prejuízos. Entre os entrevistados, 60% afirmaram ter feito reajustes de preços iguais ou inferiores à inflação, e apenas 7% conseguiram repassar aumentos acima dos índices.

“Esses dados sinalizam um cenário positivo para o setor. A queda nos custos de insumos e a leve melhora nos indicadores mostram que o setor está iniciando uma recuperação, ainda que gradual. Mas vale lembrar que muitos empresários seguem com dificuldade de repassar os reajustes, e isso continua comprimindo as margens de lucro”, afirma Luiz Hirata, presidente da Abrasel SP.

A inflação acumulada em 2024 para alimentos e bebidas foi de 7,69%, enquanto o índice específico para alimentação fora do lar ficou em 6,29%. Em junho de 2025, os preços voltaram a subir 0,46% nesse segmento, puxados por produtos como café (2,29%) e lanche (0,58%). 

Segundo a Abrasel, esse reajuste é visto como um realinhamento necessário após defasagens anteriores. Mesmo assim, um terço das empresas (33%) não conseguiu aumentar preços nos últimos 12 meses.

Além dos insumos, outro fator que limita a recuperação do setor é o custo da energia elétrica, que acumulou alta de 6,93% no primeiro semestre de 2025. A Abrasel defende o retorno do Horário de Verão como medida para reduzir o impacto nas contas dos estabelecimentos, especialmente no início da noite, horário de pico de consumo.

“A retomada do Horário de Verão tem impactos que vão além da economia. Com mais luminosidade no começo da noite, as pessoas se sentem mais seguras para sair, circular e frequentar bares e restaurantes”, argumenta Hirata. Segundo ele, o movimento entre 18h e 21h pode crescer até 50% nesse período, o que representa aumento médio de 10% a 15% no faturamento mensal, principalmente para casas noturnas.

A expectativa da entidade para o segundo semestre é de melhora gradual, com o setor mantendo resiliência, mas exigindo estratégias constantes para equilibrar custos e preços ao consumidor.