
SÃO PAULO – O recente debate em torno da padronização dos horários de check-in e check-out em hotéis e pousadas reacendeu discussões no setor hoteleiro. Mas, para Orlando Souza, presidente executivo do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), a polêmica não tem razão de existir.
“A discussão surgiu a partir de um deputado estadual de Minas Gerais, mas não tem sentido”, afirmou em entrevista exclusiva ao M&E, durante o 7º Fórum Nacional da Hotelaria.
Segundo o executivo, o modelo atual, com horários fixos, é padrão mundial e essencial para garantir a operação. “Normalmente, o check-out acontece ao meio-dia e o check-in entre 14h e 15h. Isso porque é necessário tempo para preparar os quartos. Em hotéis econômicos, como um Ibis, a limpeza pode levar 40 minutos. Já em resorts, chega a duas horas”, explicou.
Orlando também lembrou que a questão já está contemplada na legislação federal. A Lei Geral do Turismo, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estabelece a diária de 24 horas, permitindo a redução de até três horas para arrumação. “Portanto, uma lei estadual não tem validade sobre o tema”, ressaltou.
Além disso, o executivo antecipou que o Ministério do Turismo deve encerrar de vez a controvérsia. “Muito provavelmente nesta quarta-feira, durante a Equipotel, será assinada uma portaria do Ministério do Turismo regulamentando esse artigo da lei. A portaria vai pacificar o assunto, determinando que os hotéis poderão ter, no máximo, três horas de diferença entre o check-out e o próximo check-in”, concluiu.