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Gigantes da tecnologia registram queda após nova taxa de US$ 100 mil para vistos H-1B

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Vistos H-1B ficam mais caros e impacto já aparece no mercado financeiro dos EUA (Banco de imagens/ Freepik)

As ações de empresas de tecnologia recuaram no pré-mercado nesta segunda-feira (22) após o governo Donald Trump determinar uma taxa anual de US$ 100 mil para cada titular de visto H-1B contratado por empregadores nos Estados Unidos. Microsoft (MSFT), Alphabet (GOOG), Meta (META) e Amazon.com (AMZN) caíram em torno de 0,5%, enquanto a Cognizant (CTSH) perdeu 1,1% e as ações da Infosys (INFY1!) listadas nos EUA recuaram 0,4%. O JPMorgan (JPM) teve queda mais acentuada, de 1,6%.

O visto H-1B é concedido a estrangeiros de alta qualificação em áreas técnicas, como engenharia e tecnologia da informação, e tem validade de três a seis anos. Até agora, as taxas de inscrição começavam em US$ 215 e podiam chegar a alguns milhares de dólares conforme a situação.

Com a medida assinada na sexta-feira (19), empregadores terão de pagar US$ 100 mil por ano para cada profissional contratado pelo programa — um aumento que multiplica por centenas de vezes o custo atual.

Segundo o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, a cobrança busca desestimular a dependência de trabalhadores estrangeiros. “Se você vai treinar alguém, treine americanos”, afirmou. O governo também indicou que pretende rever os níveis salariais exigidos no programa como forma de limitar sua utilização.

O setor de tecnologia é um dos mais impactados, já que depende fortemente do H-1B para funções especializadas. Apenas no primeiro semestre de 2025, a Amazon e sua unidade de nuvem AWS receberam aprovação para mais de 12 mil vistos. Microsoft e Meta tiveram mais de 5 mil aprovações cada, de acordo com dados oficiais de imigração.

Em resposta, Microsoft, Amazon e JPMorgan enviaram comunicados internos aconselhando funcionários estrangeiros a permanecerem nos EUA. Trabalhadores indianos são os mais afetados pela nova cobrança: 71% dos vistos emitidos em 2024 foram para cidadãos da Índia, seguidos por chineses, com 11,7%.

Críticos ao programa argumentam que o uso massivo de profissionais estrangeiros reduz salários e restringe oportunidades para trabalhadores locais. A medida amplia a estratégia do governo Trump de restringir a imigração, agora voltada também a profissionais de alta qualificação.

Parte de um pacote mais amplo

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A taxa faz parte do pacote legislativo “One Big Beautiful Bill”(Banco de imagens/Freepik)

A nova taxa para o visto H-1B não é uma medida isolada. Ela integra um conjunto de ações do governo Donald Trump para restringir a entrada de estrangeiros nos Estados Unidos, que atinge tanto profissionais de alta qualificação quanto turistas.

No caso do visto de turismo (B-1/B-2), o Departamento de Estado informou que, a partir de 1º de outubro, solicitantes menores de 14 anos e maiores de 79 anos precisarão comparecer a uma entrevista presencial, etapa que antes era dispensada para esses grupos etários. A mudança, inicialmente prevista para setembro, foi adiada em um mês. 

Apesar da exigência, o governo manteve exceções, como para quem vai renovar vistos B-1, B-2 ou B-1/B-2 ainda válidos ou vencidos há menos de 12 meses, desde que o requerente tenha mais de 18 anos quando o documento anterior foi emitido.

Categorias diplomáticas e oficiais, além de alguns vistos de trabalhadores temporários, também permanecem dispensadas da entrevista.

Mesmo nos casos em que a dispensa continua prevista, os consulados poderão solicitar a entrevista presencial se julgarem necessário. A medida, portanto, amplia o controle sobre os processos de concessão e reforça a triagem de candidatos em diferentes faixas etárias.

Outra mudança aprovada foi a criação de uma taxa extra de US$ 250, chamada Visa Integrity Fee. Quando implementada, ela elevará o custo do visto americano de US$ 185 para US$ 435. 

O governo informou que, em alguns casos, o valor poderá ser reembolsado, mas não definiu a data de início da cobrança. A taxa faz parte do pacote legislativo denominado “One Big Beautiful Bill”, sancionado por Trump em julho, que reúne diversas alterações nas regras migratórias.

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