Com 130 mil vagas em aberto, Reino Unido sofre com escassez de mão de obra no Turismo

Segundo o órgão, restaurantes e hotéis estão lutando para encontrar funcionários, mas o governo do Reino Unido, ao contrário de países como Portugal, está se recusando a permitir a entrada de trabalhadores temporários (Divulgação/WTTC)

O Reino Unido é mais um destino na Europa que sofre com a escassez de mão de obra. O Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) alerta que a recuperação do setor de Viagens e Turismo por lá está em sério risco, já que quase 130 mil vagas de empregos não estão sendo preenchidas. Este número, de acordo com o WTTC, deve reduzir um pouco, para 128 mil empregos, com apenas uma vaga preenchida em cada 14 vagas abertas.

Segundo o órgão, restaurantes e hotéis estão lutando para encontrar funcionários, mas o governo do Reino Unido, ao contrário de países como Portugal, está se recusando a permitir a entrada de trabalhadores temporários. Prevê-se que as indústrias de hotelaria, entretenimento e aviação do país sejam as mais afetadas, com vagas não preenchidas de 18% (uma em seis), 12% (uma em oito) e 11% (uma em nove), respectivamente.

A escassez crítica de pessoal  é aguda mesmo no transporte – principalmente no setor de aviação – que está lutando para lidar com a demanda de viagens pós-pandemia. Antes da pandemia em 2019, 1,8 milhão de pessoas estavam empregadas no segmento de Viagens e Turismo no Reino Unido.

“A recuperação do Reino Unido está em risco. O governo não está usando a flexibilidade do sistema de vistos para atrair trabalhadores. O setor de turismo contribuiu com quase £ 235 bilhões para a economia e empregou quase dois milhões de pessoas”, disse Julia Simpson, CEO do WTTC. “Agora os visitantes encontram restaurantes, hotéis e locais de entretenimento sem funcionários, ou seja, o Reino Unido perderá esses viajantes e seus dólares para outros países”, completou.

Algumas das principais medidas identificadas pelo WTTC que devem entrar em vigor

1. Políticas de vistos mais favoráveis;
2. Permitir trabalho flexível e remoto sempre que possível;
3. Garantir trabalho decente e benefícios competitivos aos funcionários e aumentos salariais médios em todo o setor;
4. Atrair talentos melhorando a percepção dos empregos e promovendo planos de carreira viáveis;
5. Desenvolver e apoiar a força de trabalho qualificada por meio de programas educacionais abrangentes;
6. Adotar soluções tecnológicas e digitais para aliviar a pressão sobre a equipe, melhorar as operações diárias e a experiência do cliente.