Embratur: 5 pontos para se atentar sobre o discurso de Gilson Machado

Gilson Machado abordou pautas de destaque do setor

BRASÍLIA – A posse de Gilson Machado Neto, realizada na noite da última quarta-feira (29), mostrou um presidente que chega ao maior cargo da Embratur ciente das dificuldades do setor. Hoteleiro e integrante do trade turístico, Gilson chega mostrando um perfil prático, de quem vai mais executar as mudanças do órgão do que propriamente gerenciá-las.

Diversas pautas passaram pela sua fala, como as dificuldades enfrentadas pelo setor de cruzeiros, o desenvolvimento do turismo de mergulho e até as necessidades de incentivos ao setor de parques e atrações, chegando a levantar a possibilidade de trazer Disney e Universal para o Brasil.

Cinco pontos em específico chamaram a atenção dos profissionais do setor presentes em sua cerimônia de posse, por serem pautas recorrentes e que agora ganham ar de prioridade no início de trabalho do empossado. Além disso, a proximidade entre Gilson e o presidente Jair Bolsonaro é um ponto positivo para que estas transformações efetivamente saiam do papel.

FEIRAS INTERNACIONAIS

Estande do Brasil na ITB 2019

A mudança da promoção do Brasil nos grandes eventos de turismo foi um dos pontos de maior destaque no discurso do novo presidente da Embratur, que definiu o modelo já adotado há alguns anos como ultrapassado e reforçou que irá investir em ferramentas que tornem o estande mais atrativo e que mostrem os diversos tipos de destino.

“Vamos trabalhar com estandes ousados, que chamem atenção das nossas potencialidades, com experiências 7D, onde o visitante possa ter a sensação de estar em uma praia, desta forma vai poder tocar, sentir e interagir com um pedaço do Brasil. Mas não só na praia teremos esta experiência, porque não temos só praia. Podemos fazer com que se sinta bem no meio do carnaval carioca, no Jalapão ou nas piscinas naturais de Porto de Galinhas”, explicou.

INTELIGÊNCIA

Pesquisa e levantamento de dados para a promoção também farão parte do trabalho do novo presidente. E, de acordo com Gilson, os resultados não servirão somente para pautar o trabalho da Embratur, mas dos destinos.

“O objetivo é desenvolver um sistema de inteligência para conhecer o turista e entender as suas necessidades e realizar assim os seus desejos. Com isso será possível reduzir custos e aumentar a eficácia das ações. O sistema estará apto a monitorar assuntos falados sobre o Brasil nas redes do mundo. Isso não vai servir só para Embratur, mas para balizar ações do trade. Vamos disponibilizar relatórios semanais para stakeholders do trade brasileiro”.

DIÁLOGO COM O TRADE

Autoridades e trade turístico reunidos na posse de Gilson Machado.

A proximidade e o diálogo com o trade turístico também foram apontados como política prioritária para a Embratur. “Queremos ouvir empresários e promotores de turismo do Brasil, saber o que pensam, quais são suas reais necessidades e o que esperam da nossa gestão, da Embratur e do presidente Jair Bolsonaro. Foi o próprio presidente que me disse: ‘escute aqueles que vivem do Turismo, pois só eles sabem com profundidade os problemas enfrentados pelos que estão à frente desta atividade’”, revelou Gilson.

TRANSFORMAÇÃO EM AGÊNCIA

Pauta antiga e que ganhou força a partir da gestão de Vinicius Lummertz, a transformação em agência foi apontada como prioridade por Gilson Machado Neto. A perspectiva é de que a mudança possa ser alvo de uma medida provisória, mas é algo ainda analisado dentro do Ministério do Turismo. O fato é que está mudança também contará com a participação e opinião de profissionais do setor.

“A transformação da Embratur em agência é uma das minhas prioridades, que inclusive foi citada no nosso relatório de transição. Para tanto vamos ouvir as secretarias de turismo dos estados e municípios, o trade turístico nacional e internacional, o parlamento e principalmente o nosso excelente quadro de técnicos que temos na Embratur. Sabemos das dificuldades financeiras que enfrentamos e vamos buscar fontes de renda alternativas e captação de recursos com parceiros internacionais, para que possamos realizar um trabalho de promoção mais amplo e efetivo”.

ESCRITÓRIOS DE TURISMO

Extintos em outubro do ano passado, com o fim dos contratos, os Escritórios Brasileiros de Turismo (EBTs) nos mercados estratégicos também foram lembrados no discurso de posse. No entanto, o novo modelo deve ser desenvolvido em conjunto com as embaixadas, visando reduzir custos.

“Vamos trabalhar conversando com o Sebrae e com o Ministério das relações Exteriores para que tenhamos escritórios em países que são estratégicos para o fomento do turismo internacional. Mas estes escritórios tem que ser verdadeiros e diferenciados, com o intuito de desenvolver e divulgar com seriedade o turismo brasileiro no exterior. Para isso vamos usar as estruturas das próprias embaixadas, minimizando custos para o País”

O M&E viaja com o apoio da Shift Mobilidade Corporativa