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Entrevistas

O Turismo precisa olhar além do Pink Money para acolher e conquistar o público LGBTQIA+

Clovis Casemiro, coordenador da IGLTA para o Brasil

Clovis Casemiro, coordenador da IGLTA para o Brasil

No mês de junho os olhos de todo o mundo se voltaram para a comunidade LGBTQIA+. No dia 28 foi comemorado o Dia do Orgulho LGBT e empresas, destinos e sociedade aproveitam a data para chamar a atenção para a importância do respeito à diversidade. No Turismo não é diferente. Empresas e destinos dão visibilidade, iniciam ações e passam mensagens voltadas a este público. Um dos principais expoentes do movimento LGBT no Turismo brasileiro, Clovis Casemiro, coordenador no Brasil da International Gay and Lesbian Travel Association (ILTA), falou com o M&E sobre os avanços do trade e quais são os pontos em que ainda são necessários evoluir.

MERCADO & EVENTOS – Em que pontos empresas e destinos aqui do Brasil precisam avançar na questão de respeito a comunidade LBTQIA+?
Clovis Casemiro – Estou muito animado com os avanços. Acho que desde que a Accor fez um grande trabalho de trazer a diversidade para dentro da empresa, primeiro de maneira interna com funcionários e depois colocar no mercado, houve um avanço muito grande. Este projeto que foi muito bem sucedido no Brasil e depois a rede aplicou em outros países. O Brasil virou exemplo!

M&E – Este movimento é restrito à Accor?
Clovis Casemiro – Hoje com todos os IPOs, as empresas precisam colocar a diversidade, que está sendo cada vez mais um fator determinante. Vou dar o exemplo da CVC Corp, que tem um projeto grande. Tivemos um evento, do qual participei, fiz uma apresentação e foi emocionante. Antes disso, fizemos um trabalho com a Visual, que depois foi estendido às demais marcas B2B, para incluir informações sobre os destinos, que culminou em uma landing Page com produtos voltados a este público. Falta um pouco mais do mercado como um todo. As empresas precisam saber como se aproximar e levar uma mensagem que não seja: “quero trabalhar com gay porque ele tem muita grana”. A comunidade normalmente sabe que a empresa que não contrata funcionário LGBT, não apoia e contribui para diminuir o preconceito.

M&E – Os turistas LGBTQIA+ estão diferenciado produtos turísticos que de fato são engajados na promoção da diversidade e os que só querem “pink money”?
Clovis Casemiro – É bastante evidente isso. Conseguimos diferenciar pelas ações e não apenas em junho. A Gol, por exemplo, fez um trabalho intenso, e você encontra pessoas trabalhando lá. Quando vemos o que a empresa fazendo, entendemos que somos bem vindos. Esses avanços estão acontecendo. Vimos recentemente empresas tirando patrocínio de programas que tiveram falas homofóbicas.

M&E – É possível estimar o tamanho desse mercado no Brasil?
Clovis Casemiro – A ONU estima que entre 7,5 a 10% da população mundial é LGBTQIA+. Quando falamos nos EUA, um mercado milionário, eles estimam em 10% do PIB do turismo. Aqui no Brasil é entre 9 e 10% da movimentação e 15% do valor monetário. Tem uma atividade grande, mas há um problema que o IBGE, em suas pesquisas, faz as perguntas pessoalmente e ainda há muito receio em falar. Acreditamos que se fosse por meio eletrônico, o número seria maior.

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