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Jean-Phillippe Pérol
Agora é oficial. Jean-Phillippe Pérol não é mais diretor para as Américas do Atout France. Ele deixou o cargo neste mês de outubro e o substituto deve ser anunciado nos próximos dias. O executivo soma quase 30 anos de serviços prestados ao órgão oficial de Turismo da França. No Brasil, foram 12 anos em duas passagens: 1990 a 1996 e 2011 a 2017.
Pérol visitou a sede do M&E em São Paulo, falou sobre a sua trajetória e dos planos para o futuro. O executivo se dedicará agora a uma paixão que adquiriu morando no Brasil: a Amazônia. O objetivo é fomentar o turismo na região, sobretudo atraindo mais estrangeiros e criando novos produtos. Para isso, conta com uma parceria com a operadora Turismo Consciente e com o barco Belle Amazon, que faz passeios pelo Rio Amazonas.
Jean-Phillippe Pérol visitou a sede do M&E em São Paulo e foi recebido pela diretora Comercial, Mari Masgrau
“É uma nova fase. A minha ideia é manter um receptivo focado no turismo sustentável. Já temos uma gama de produtos, mas vamos criar novos, sempre com foco na experiência. Hoje, o turista quer interagir com a população local e viver experiências que os moradores vivem”, explicou Pérol. “O europeu gosta muito de natureza. Precisamos de um lugar onde estejam todas as informações. É isso que vamos montar”, complementou.
Para o executivo, as possibilidades oferecidas pela Amazônia ainda são pouco exploradas. Ele acredita que, diferente de destinos como a África, por exemplo, a contextualização e explicação de tudo que envolve a região são essenciais para a experiência dos turistas. Por isso, ele afirmou que se dedicará agora à concepção de novos produtos e à promoção do destino.
“A Amazônia precisa escolher um caminho de promoção que não é o da massa. Não digo que deve ser necessariamente caro, mas os produtos devem ser sofisticados. É preciso que existam limites para que a atividade seja sustentável”, destacou.
TRAJETÓRIA
Para Jean-Phillippe Pérol, neste período em que esteve à frente do Atout France, a percepção do brasileiro sobre a França mudou. Ele explicou que o país era visto como caro e sofisticado e era visitado apenas pela população das classes mais altas. “Com as classes emergentes, foi criada uma outra realidade e há um novo perfil de viajantes brasileiros na França”, contou. Além disso, Pérol também considera importante a divisão do fluxo, com a descoberta de novos destinos além de Paris.
Neste período, os desafios foram inúmeros. Entre eles, a retração econômica no Brasil e a consequente diminuição das viagens internacionais. Isso fez com que o número de brasileiros diminuísse nos últimos dois anos. Situação que, após muito trabalho, deve ser revertida em 2017. “Teremos recorde neste ano. Chegaremos a 700 mil brasileiros e o volume do crescimento de 2017 supera as baixas dos anos anteriores”, comemorou o executivo.
As mudanças na distribuição e na forma como o consumidor adquire as suas viagens também foram desafios enfrentados pelo executivo na promoção da França. “Nos anos 90 fazíamos uma turnê na França chamada Rendez Vous com dez operadores e que trazia bons resultados. Hoje, temos que estar presentes em outros canais também, como as OTAs, por exemplo”, afirmou. “Temos que chegar ao público final para estimular a demanda e ter um papel neutro quanto à distribuição, sempre respeitando todos, para que o cliente faça a sua escolha”, finalizou.
