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Segundo dia de festival de Parintins acentua rivalidade dos bois

Foto Eric Ribeiro ME Segundo dia de festival de Parintins acentua rivalidade dos bois

Brincante Caprichoso: garra e emoção Foto: Eric Ribeiro/M&E

PARINTINS – As três noites de duração do Festival Folclórico de Parintins, que termina neste domingo (02), já deixam saudades antecipadas da festa – classificada como Patrimônio Cultural do Brasil – dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso. Um de seus ingredientes marcantes, a rivalidade entre os bois, divide a Ilha Tupinambarana ao meio, cada parte defendendo uma das cores: vermelho ou azul. Nesta 56ª edição não foi diferente, já que aqui em Parintins, literalmente, não existe meio termo. Neste segundo dia de apresentações o confronto, principalmente entre as galeras mais uma vez ficou patente.  

GARANTIDO – As apresentações do boi vermelho talvez, até momento, tiveram como características força, garra e emoção demonstradas claramente na arena. Movidos pelo enredo “Por toda vida ao lado do povo”, o Garantido também se posicionou em defesa da vida, da mistura, do respeito à inclusão e pela diversidade.

Sinhazinha da Fazenda e porta estandarte do boi Garantido Foto Eric Ribeiro ME Segundo dia de festival de Parintins acentua rivalidade dos bois

Sinhazinha da Fazenda e porta-estandarte do boi Garantido Foto: Eric Ribeiro/M&E

Crítica, a agremiação não deixou de se posicionar contra os crimes ambientais em todo o país, mas na região Amazônica como um todo de maneira mais forte. Convocou todos os povos indígenas e as forças da natureza para o combate ao desmatamento, às madeireiras, fazendeiros e mineiros ilegais que destroem a floresta Amazônica. Alegorias gigantescas representando o espírito da floresta, sua fauna e flora, arquétipos mágicos e fantásticos de ritos e lendas amazônicas contaram à galera toda influência indígena do festival de Parintins.

O cacique Raoni, por exemplo, que abriu a primeira apresentação do Garantido na arena do bumbódromo, saudou e prestigiou os representantes de povos originários que participam da festa folclórica do boi vermelho, além de convocar as forças da natureza e se unir no combate aos crimes ambientais.

Paje Garantido Foto Eric Ribeiro ME Segundo dia de festival de Parintins acentua rivalidade dos bois

Pajé Garantido Foto: Eric Ribeiro/M&E

Destaque ainda na apresentação do Garantido neste segundo dia às homenagens, ao apoio e solidariedade à nação yanomami. “Resistência” foi a palavra chave que marcou o posicionamento dos povos originários em relação à luta yanomami contra a invasão de seu território, a fome e doenças.

 CAPRICHOSO – “O brado do povo guerreiro” conduziu o azul e branco à resistência dos povos indígenas nesta festa originalmente dos povos da floresta. Tanto, que pela primeira vez nesta edição do festival, e válida de aqui por diante, o termo “povos” substituiu o até então usado por todos: “tribos”. O Caprichoso cantou a toada “Brasil terra indígena”, de Gerlean Brasil, resignificando os povos indígenas, antes tratados de forma pejorativa de tribos. A partir deste festival 2023, as toadas tem que respeitar esse detalhe na trilha sonora da agremiação.

Portaestandarte do boi Caprichoso Foto Eric Ribeiro ME Segundo dia de festival de Parintins acentua rivalidade dos bois

Porta-estandarte do boi Caprichoso Foto: Eric Ribeiro/M&E

A apresentação do Caprichoso foi magistral. A agremiação não economizou em alegorias, estandartes bandeiras e toda sorte de adereços para conquistar a galera e os jurados. Em todos os momentos, os brincantes tomaram a arena por completo, com muito volume, cores, danças e história. O visual com tanta informação vinha do alto, como o boi-bumbá logo no início da apresentação, ao som de uma toada mais clássica e tranquila; das laterais e do corredor central cortando a bateria.

A pegada forte dos tambores e o canto da galera apaixonada e coreografada na arquibancada ao som de “campeã”, marcaram e impactaram o bumbódromo. Ao contrário do boi adversário, o som do berrante tanto na abertura como ao longo de toda a apresentação também marcou o Caprichoso, uma tradição da agremiação, bem como o tambor da resistência.

Boi Caprichoso e Sinhazinha da Fazenda Foto Eric Ribeiro ME Segundo dia de festival de Parintins acentua rivalidade dos bois

Boi Caprichoso e Sinhazinha da Fazenda Foto: Eric Ribeiro/M&E

PATROCÍNIO – Para a realização da 56ª edição do Festival Folclórico de Parintins, o Governo do Amazonas investiu R$ 10 milhões – R$ 5 milhões para cada bumbá, mais R$ 2 milhões de última hora, enquanto os patrocinadores destinaram R$ 2,5 milhões.

Somente integrantes da comunidade parintinense conta com seis mil ingressos gratuitos para assistir, na arquibancada, torcer e se envolver na busca pelo título de melhor torcida, como são avaliados os torcedores na arena que interagem com o canto e evolução das toadas.

 

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