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Hotelaria e Alimentação

As eleições e o Turismo

Aproximam-se as datas que definirão quem ocupará os cargos de governador, senadores, deputados federais e estaduais, além da Presidência da República. O trade turístico já se movimenta para apresentar um documento importante que esclareça nossos pleitos, mas também situe a importância do setor para o desenvolvimento do país e como ele pode contribuir, dentro do universo de serviços prestados em conexão com as atividades comerciais, para a geração de empregos em um mundo cada vez mais tecnológico que, principalmente nos casos da indústria e agricultura, já prescinde cada vez mais de mão de obra no seu processo produtivo.

As atividades turísticas, ao contrário, têm na sua essência a interação com o cliente, em qualquer fase, aproximam as pessoas, sendo, neste contexto de alto desemprego no Brasil, um universo fundamental para reverter esta chaga social, além de, em muitos aspectos, serem inclusivas para uma população de pouca qualificação educacional e profissional, dado que nossos postos de trabalho, geralmente no primeiro emprego, demandam pouca experiência.

Na verdade, somos formadores de mão de obra, principalmente na alimentação fora do lar e na hotelaria, mas também em atividades básicas de serviços gerais em parques temáticos, locação de automóveis, feiras e congressos, e aviação, além do turismo rural.

Com este propósito, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), reuniu seu Conselho de Turismo e Hospitalidade (Cetur), que congrega mais de vinte entidades patronais do ramo turístico, em Brasília, e consolidou um paper que será entregue aos pré-candidatos ao mais alto cargo da República, já a partir deste mês de maio, dependendo da agenda dos mesmos, em vários locais do Brasil. O texto teve a curadoria da experimentada profissional Jeanine Pires, com vasta vivência em nosso setor, tendo exercido, inclusive, o cargo de Presidente da Embratur.

Ademais, a CNC tem incentivado que os Conselhos Empresariais de Turismo regionais, replicados nos âmbitos das Fecomércios (Federações Estaduais do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, façam o mesmo para os que ambicionam ou estejam se habilitando a governar localmente.

Na percepção da importância cada vez maior da prestação de serviços entre as nações dentro deste terceiro milênio em que a humanidade vive, o turismo mundialmente alcança um lugar cada vez mais fundamental para geração de riquezas, inserção de economias mais débeis na atração de turistas mais abastados, além de minimizar conflitos entre os povos, quando gera convívio, conhecimento e troca de culturas e experiências.

Por aqui temos um dever de casa a fazer, qual seja superar nosso patamar de atração de visitantes de fora, que estacionou ao redor de seis milhões, mesmo depois de dois dos maiores eventos da civilização aqui realizados – a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas -, que deveriam nos dar visibilidade e incrementar a vinda de turistas do exterior, até porque foram exitosos nas suas realizações, gerando no mínimo interesse para conhecer um país extenso, múltiplo em sua diversidade natural, cultural e étnica. Todavia, capitalizamos mal este handicap e fomos atropelados por imagens negativas como violência, corrupção e acidentes ecológicos, que impactaram mal nosso destino.

Afora os problemas de distância dos grandes centros emissores como Ásia, Europa e América do Norte, ainda temos um mercado nacional insípido em termos de volume de consumo interno, em que faltam poder aquisitivo, financiamento para lazer e políticas para as férias do operariado, como o chèque vacance francês.

Tudo isto foi discutido neste encontro, gerando propostas e sugestões lógicas e factíveis de serem implementadas que visam superar gargalos, facilitar o ambiente empreendedor e atrair investimentos. Se os presidenciáveis implementarem algumas das premissas ali colocadas, daremos um grande salto, para melhor, no turismo nacional.

 

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