Instagram: 50 milhões de oportunidades

Somos o segundo país em número de usuários do Instagram no mundo, perdendo apenas para os norte-americanos. Somos um bilhão no mundo, 50 milhões no Brasil, com uma característica bem interessante: bom poder aquisitivo. O Instagram já se tornou preferida por muita gente, que cansou do feed poluído do Facebook, dos compartilhamentos excessivos e, principalmente, dos embates políticos dos últimos tempos.

Costumo dizer nas palestras e cursos que o Instagram é a rede feita (ou perfeita) para o turismo. Podemos publicar fotos e vídeos de destinos, hotéis, atrações, restaurantes, etc, que realmente vendem. Um texto sobre um destino, com duas ou três páginas, pode ser “traduzido” em um vídeo de 30 a 60 segundos. E ele vende muito mais que qualquer texto. Aqui o sucesso das marcas está diretamente relacionado à capacidade de se produzir bons conteúdos em imagens e vídeos. E não só para o perfil da marca, mas principalmente para os stories, que são muito mais acessados pelos usuários da plataforma.

Alguns destinos internacionais levam o Instagram realmente a sério. É o caso do Visit Scoltland, maior perfil de destino europeu, que percebeu que os Instagrammers tomam decisão de viagens com base nas fotos que veem na rede social. Eles sabem que as pessoas amam o perfil do Visit Scoltand não apenas pelas fotos incríveis, muitas vezes tiradas pelos turistas, mas também, porque descobrem a enorme e inesperada variedade de coisas que podem ver e fazer na Escócia.

Pensando nisso, o destino criou a Visit Scotland Instagram Travel Agency, uma espécie de agência de viagens itinerante, repleta de postagens do Instagram, num endereço especial de Londres. Os clientes escolhem fotos de castelos, cidades e paisagens que desejam visitar, para então um profissional planejar e organizar a viagem.

Quando olhamos para os jovens, o Instagram ganha ainda mais importância na indústria de viagens. De acordo com uma pesquisa feita pela Schofields, no Reino Unido, em 2017, 40% dos Millennials escolhem destinos e hotéis que são “Instagramáveis”. Ou seja, para a geração Y, a tendência é priorizar empresas e destinos que possam alimentar e “bombar” suas redes sociais. Para esses jovens, uma viagem perfeita tem que ser social, compartilhada com seus amigos que estão longe, mas que de certa forma participam da viagem.

Pode parecer uma loucura para gerações mais velhas, mas certamente faz todo sentido para os Millennials e também para a geração Z, que são os jovens que têm entre 14 e 20 anos. Aliás, para esses últimos, é mais importante se hospedar em hotel com ótima internet do que ficar perto da piscina ou da praia. Alguns hotéis já entenderam essas tendências e estão facilitando a vida dos clientes, oferecendo ambientes descolados para fotos. Esse é o caso do Hotel Ovolo, em Sidney, que disponibiliza um “Social Media Lounge” para os hóspedes bombarem suas redes sociais.

Muita gente pode pensar que isso tudo é uma besteira. Enquanto isso, empresários de olho nas oportunidades oferecem cardápios, pratos, drinks e ambientes Instagramáveis. Clientes em busca de reconhecimento social não faltam. A prova disso é a exposição Fun Cast, em São Paulo, que oferece 25 ambientes para os visitantes fazerem selfies que chamam atenção dos seguidores.

Estamos vivendo uma nova era, com novos hábitos e comportamentos. Mas muitas empresas e destinos turísticos no Brasil ainda dão pouca importância às redes sociais, em especial ao Instagram. Quanto mais demorarem para acompanhar essas tendências, mas difícil será o embarque na era digital. Bom trabalho!