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Blogs / Hotelaria e Alimentação

Nova Embratur: a importância de patrocinar a mudança da promoção do Brasil no exterior

Assistimos, às vésperas do Carnaval, a um intenso debate sobre a origem dos recursos orçamentários necessários para compor a “nova” Embratur – uma agência de fomento e promoção da imagem turística do Brasil no exterior mas com um diferencial de organização mais ágil, leve, ao estilo da Apex, a agência de promoção de exportações e investimentos.

Embora ainda não conheçamos o arquétipo proposto à Casa Civil, as informações dão conta de que a transformação aprimoraria o seu quadro funcional atual e permitiria estabelecer parcerias público-privadas com estruturas empresariais (ou com governos municipais e estaduais), visando a atingir mercados específicos – e que a entrada de recursos viria ainda neste ano.

A discussão se estabeleceu quando o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, anunciou que um aporte de até R$ 400 milhões poderia ter como origem o Sebrae Nacional. Muitos, provavelmente incentivados pela atuação política dos balcões estaduais da entidade e na defesa das dotações financeiras para o segmento, manifestaram-se contrários à ideia.

Mas o fato é que, em 2016, o Sebrae Nacional deixou de utilizar uma boa parcela de seu orçamento em favor de nosso setor – talvez pela falta de bons projetos ou até pelo aumento significativo das contrapartidas impostas aos interessados, públicos ou particulares. Fato é que projetos de desenvolvimento de cadeias produtivas e até mesmo viagens de conhecimento em feiras internacionais não aconteceram. E, apesar disso, o orçamento destinado a programas do chamado quinto grupo (classificação dada pela CLT para o agrupamento das atividades econômicas relacionadas ao turismo) não foi integralmente utilizado. Neste contexto, impõe-se uma pergunta: se o disponibilizado não é aproveitado, por que não contribuir com parte dele para aumentar a vinda de turistas estrangeiros e, com isso, impulsionar de maneira indireta as demais empresas do setor produtivo, como o comércio e, em consequência, a indústria?

Muito já foi dito a respeito da necessidade de fortalecer o turismo como atividade econômica e dos benefícios econômicos que esta escolha trará ao Brasil. É chegada a hora de transformar discurso em prática, e fazer do País uma referência internacional como destino turístico. Não podemos mais permitir, principalmente diante de todo o potencial que ostentamos, que se consolide, lá fora, a imagem de um País fragilizado, vítima de doenças endêmicas, como o ressurgimento da febre amarela em áreas urbanas; da violência, que ganha o agravante das greves das forças policiais; e da corrupção, que gera uma economia débil, com Estados em situação falimentar.

Urgem, portanto, ações de reação. Europa, América do Norte e Ásia, além de nossos vizinhos sul-americanos, devem ser foco de notícias positivas que deem conta da diversidade que é o Brasil: inúmeros tipos de turismo, de climas, de culturas, de gastronomias, todos com a encantadora hospitalidade brasileira. Mais do que agir sobre o aspecto lúdico do turismo, como viagens e experiências, a valorização da atividade tem um impacto econômico importante e essencial para o País, sobretudo diante da crise econômica que vem prejudicando o setor produtivo. É preciso olhar para a atividade de promoção do Brasil como quem olha para um negócio, objetivando obter lucros – e eis aí mais uma razão para a concretização das mudanças na Embratur.

Os acordos para a transformação da Embratur em agência de fomento, com um papel muito mais incisivo na promoção do destino Brasil, serão formatados e fechados nos próximos dias, com certeza. Nós, que compomos o trade turístico, principalmente os empreendedores que escolheram investir nesta atividade, esperamos que o governo atue em favor de uma mudança que beneficiará a todo o País.

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