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Redação ME

Rock in Rio – 48 horas no Rio de Janeiro

A decisão de ir ao Rock in Rio foi fácil. A minha escolha foi o dia dia 25 de setembro que ficou conhecido como o dia do metal. Mas o meu interesse exclusivo era o Metallica. Se normalmente eles já costumam fazer apresentações inesquecíveis, imagine o que não fariam inflamados por mais de 100 mil fãs enlouquecidos? O resultado só poderia ser uma noite histórica. E foi. Com repertório recheado de clássicos, os americanos foram impecáveis e levaram a multidão ao delírio. O som também não falhou nenhuma vez e a qualidade estava ótima.

Porém, o motivo deste post não é a música, embora o show tenha sido tão arrebatador, que estou em êxtase atá agora. Quis ver de perto como seria a organização de algo tão grandioso. Como driblar o trânsito já complicado do Rio de Janeiro? Como seria prover conforto e segurança para quem pagou tão caro para assistir aos shows? Essas perguntas serão feitas novamente em 2014 e 2016. Embora o meu balanço tenha sido positivo, creio que ainda há o que melhorar.

Meu primeiro teste foi na rodoviária. Eu sabia que havia duas opções de ônibus que me levariam até o meu destino (uma pequena pousada no Recreio dos Bandeirantes, há cerca de seis quilômetros da Cidade do Rock). Procurei informações sobre a linha regular que me levaria até lá. Tentei com uma, duas, três pessoas. Ninguém soube me explicar. Resolvi então optar pelos ônibus especiais que já levavam o pessoal que assistiria o show do sábado : R$ 18. Chegando lá, peguei um taxi até a pousada. Foi mais prático e seguro. O taxista foi a minha segunda decepção. Quis logo fechar a corrida em R$ 30. Eu arrisquei e pedi para ligar o taxímetro: R$ 17. Tudo bem, esta faceta do transporte de turistas não é exclusiva do Rio e eu já conhecia. Mas é inadmissível que ainda aconteça.

Já no dia do tão esperado show, cheguei cedo para conhecer as atrações da Cidade do Rock. Do lado de fora tudo muito bem organizado, trânsito, bloqueios, policiamento. Um ponto negativo foram as grandes filas nos restaurantes e demais atrações. Embora eu tenha achado o preço justo, faltou algo para agilizar o atendimento. Eram muitas opções. O problema não era quantidade, mas sim a qualidade do atendimento, na minha opinião. Outra observação é em relação a limpeza. Era preciso andar muito até achar uma lixeira, por isso o chão ficou cheio de copos, papéis e restos de comida. A quantidade de garis não deu conta do volume.

Muitas foram as notícias sobre furtos e tumultos. Eu, particularmente, não presenciei nenhum. Vi o espetáculo do lugar que eu quis e de forma muito confortável. Um detalhe que pode parecer besteira, mas que para mim fez toda a diferença: os shows foram muito pontuais. Algo raro de se ver no Brasil. Claro que uma banda ou outra atrasou, mas nada que deixasse o publico impaciente ou que pudesse desmontar ou atrasar a logística montada para a evacuação de todas aquelas pessoas ao final do evento.

Saí ao final do show, sem tumulto, sem empurra empurra, sem nada. Apenas extasiado com o show histórico que havia acabado de testemunhar. Dali o meu destino seria o Aeroporto do Galeão. Voo marcado para 6h25 (comprado com um agente de viagens). A minha primeira opção era pegar um dos ônibus especiais que me deixaria direto no meu destino. Porém, como bom brasileiro, eu não havia comprado a passagem de forma adiantada. Ou seja, eu não pude embarcar. Ponto para a organização. A solução foi pegar um taxi, junto com mais dois colegas que conheci na pousada e que estavam na mesma situação que eu. Ao invés dos R$ 18 do ônibus, gastei R$ 50 com o taxi. Mas fiquei satisfeito mesmo assim. Voo saiu no horário, fui pra casa, me refiz e ainda cheguei a tempo no trabalho.

Foram 48 horas inesquecíveis no Rio de Janeiro e a impressão de que estamos começando a entender como é organizar grandes eventos. Prefiro ver o lado positivo. Claro que tinha falhas, mas foram muito pequenas diante dos surpreendentes acertos. O caminho para 2014 e 2016 incluem esses aprendizados, mas a boa notícia é que já começamos a aprender.

Anderson Masetto

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