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Delfim Netto: “não temos capacidade de impedir o crescimento do País”

Sessão do Conotel discute macroeconomia e os desafios dos hotéis. Na home, o palestrante Delfim Netto.

Sessão do Conotel discute macroeconomia e os desafios dos hotéis. Na home, o palestrante Delfim Netto.


Em palestra durante o 55º Conotel, que acontece entre hoje e quarta-feira em São Paulo, o economista Delfim Netto, mostrou um panorama do crescimento econômico do Brasil e incentivou os hoteleiros presentes a “chorar” mais por seus interesses. “Não temos capacidade de impedir o crescimento do País”, disse, acrescentando que, por outro lado, não há melhor maneira de prever o futuro que construí-lo.

Existem, segundo o palestrante, dois fatores que impedem o crescimento econômico: a falta de energia e de conta corrente. O pré-Sal, “grande presente” para a economia brasileira pode resolver o problema nestas duas áreas, estima Netto. Por outro lado, o momento pelo qual o País passa, com o aumento da renda da população, faz com que os serviços valorizem-se. E é aí que entra a hotelaria.

“O Turismo representa cerca de 9% do PIB mundial – US$ 6 trilhões – e, no Brasil, cerca de 6%. Um em cada 11 empregos está relacionado ao turismo e o fluxo de turistas vem crescendo ano a ano”, revelou. Existe, no entanto, uma diferença também crescente entre as despesas do brasileiro no exterior e a receita proveniente do Turismo estrangeiro. “Há espaço para desenvolvimento aí”, ponderou Netto.

A questão dos preços é discussão recorrente no setor e tema do questionamento de Alexandre Sampaio, presidente da FBHA, ao palestrante. Delfim Netto sugeriu que uma saída para este embate é que o governo intervenha menos e deixe a hotelaria correr riscos. Por outro lado, a hotelaria também precisa se desprender do governo, “deixar de ver o BNDES como financiador do setor”. “É besteira achar que o Turismo é algo supérfluo. Ele é uma forma de realizar nossa humanidade e as pessoas, conforme tem mais condições financeiras, vão, sim, atrás disso”, apontou.

A ligação entre o Turismo e a economia – principalmente por conta da dependência da hotelaria do viajante de negócios – foi levantada por Júlio Serson, do Fohb, que também participou do debate. Para Netto, o mercado funciona em ciclo: a má economia impacta no Turismo tanto quando o Turismo pode impactar positivamente a economia. Ele ainda completou: É um exagero achar que o setor é tratado de modo desdenhoso. Vocês precisam chorar, tem que se organizar como força política para conseguir mais coisas junto ao governo”. 

Juliana Bellegard

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