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Feiras e Eventos / Fotos

Copa for All debate acessibilidade nas arenas esportivas

Debate sobre acessibilidade nas novas arenas; na home: Arquiteta Silvana Cambiagui, presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA)

Debate sobre acessibilidade nas novas arenas; na home: Arquiteta Silvana Cambiagui, presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA)


​O Brasil está prestes a receber dois dos maiores eventos esportivos do mundo. Mais de R$ 20 bilhões em obras de infraestrutura e de telecomunicações estão sendo realizadas, além de centenas de obras em hotelaria e mobilidade urbana. Mas será que tudo isso será suficiente para a acessibilidade a todos os públicos? Para responder a essa questão a a outras tantas referente ao tema, acontece hoje e amanhã o Copa for All. O evento tem como objetivo debater o que está sendo pensado e planejado para atender esse público e os milhares de turistas que precisarão de atenção especial durante a Copa. A abertura oficial aconteceu na noite de ontem (11/06) e contou com a apresentação do humorista Ceguinho. 


Durante toda o dia de hoje (12/06), palestras e debates serão realizados com a presença de arquitetos projetistas das arenas, especialistas em mobilidade urbana, profissionais da área jurídica e autoridades e lideranças. Pela manhã, o primeiro debate foi sobre acessibilidade nas novas arenas: como os projetos são desenvolvidos para atender todos os públicos. Participaram desta mesa os arquitetos Marc Duwe, Eduardo Castro Mello e Maurício Santos, responsáveis pelos projetos das arenas Fonte Nova (Salvador), Mané Garrincha (Brasília) e Beira Rio (Porto Alegre), respectivamente; e ainda Rodrigo Prada, do Portal 2014, como mediador e a arquiteta Silvana Cambiagui, presidente da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA). 

Silvana iniciou a palestra falando da importância em se debater o tema acessibilidade e da necessidade em se criar projetos integrados. “Estamos muito atrasados nessas questões de acessibilidade, mas a Copa é uma oportunidade de melhorarmos a arquitetura e a qualidade do acesso do país”, disse. Para ela, o projeto tem que estar em um contexto urbano para garantir sua usabilidade por pessoas com deficiência ou não. “As cidades possuem problemas de circulação e o desenho universal é importante para integrar os equipamentos com a malha viária da cidade e com a população”, explicou. 

Outro ponto importante citado pela arquiteta é o conceito de pessoas deficientes, que não são apenas os cadeirantes ou portadores de alguma deficiência. “Acessibilidade não é só para deficientes e sim para todos com algum tipo de limitação como os obesos, com baixa visão, dificuldade de aprendizado entre muitos outros. Temos que ter em mente o conceito de reversibilidade, onde tudo pode ser adaptado para o uso dessas pessoas ou não. Não devemos pensar em uso exclusivo, pois, a deficiência não está só nas pessoas como também nos ambientes”, disse. Para ela, pensando assim, muitos novos projetos acessíveis seriam criados, sem pensar nos custos ou no uso, somente na melhoria da democracia de oportunidade para todos. 

Finalizando, os arquitetos apresentaram os seus projetos para construção ou reforma das arenas citadas. No caso de Salvador, o antigo estádio foi demolido para a construção de um novo, nas cidades de Brasília e Porto Alegre, os projetos são somente para reforma e melhoria. Entre todos os arquitetos, é unanime a importância da acessibilidade em seus projetos. Todos eles apresentaram as melhorias feitas para atender esse público, como mapas táteis, rampas de acesso, elevadores, instalações sanitárias, rotas acessíveis e sinalização adequada. Mas todos também foram unanimes em dizer que ainda que melhor, infelizmente não é o suficiente, já que os estádios e arenas possuem limitações tanto estrutural como operacional para o atendimento dessa parcela dos visitantes. Para Silvana, este é um bom começo. 
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