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Agências e Operadoras / Hotelaria

Agências lideram vendas para Turismo de Luxo

Martin Frankenber, presidente da BLTA, com Simone Scorsato, diretora-executiva da BLTA

Martin Frankenber, presidente da BLTA, com Simone Scorsato, diretora-executiva da BLTA

Mais da metade das vendas do mercado de luxo são feitas através de agentes de viagens, operadoras, OTA’s e empresas voltadas para o corporativo. É o que aponta o Anuário do Turismo de Luxo 2015-2016, da Brazilian Luxury Travel Association (BLTA). De acordo com índice, 70% das vendas do ano passado aconteceram por meio dos canais citados. Apenas 29% foram realizadas através de venda direta.

Como antecipado pelo MERCADO & EVENTOS, no ano passado o segmento – que é um dos que mais cresce no país – gerou uma receita de quase R$ 800 milhões de reais, através dos 28 associados da BLTA. Com uma diária média de R$ 1.500, o país somou 414 mil hóspedes, sendo a maioria (52%) estrangeiro e 48% brasileiros.

Entre os destinos mais procurados por esse público, o Anuário aponta o Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, São Paulo, Trancoso e Amazonas como prioritários. De acordo com o presidente da instituição, Martin Frankenberg, outras cidades vêm se despontando como tendência, a exemplo do Pantanal e Itacaré.

Em torno dos 40 anos, os turistas de luxo costumam viajar em casal. Embora os negócios sejam um forte motivador de viagem, o principal ainda é o lazer, com 64% da demanda, seguido por negócios (21%), eventos sociais (8%) e festa e eventos no destino (4%).

O alto poder aquisitivo é um fator que não passa despercebido na viagem, o gasto médio por passageiro por dia foi de R$ 1.348. Em uma viagem, que dura em torno de três a sete dias, um cliente costuma gastar em torno de R$ 11.324. Embora a economia do ano passado não tenha sido a melhor que o país já viveu, algo fica bem claro: este setor não foi muito afetado.

Os números de gastos, ao contrário do esperado, registraram aumentos frente a 2015, quando o gasto diário por passageiro foi de R$ 1.258; e o gasto total em uma viagem ficou em torno dos R$ 10.844. Os índices de 2016 foram responsáveis um acréscimo no faturamento das operadoras de turismo receptivo, que somaram aproximadamente R$ 42 bilhões no ano passado, contra os R$ 38,5 bilhões de 2015.

NO CAMINHO CERTO

De acordo com o presidente da BLTA, embora o país ainda tenha um longo caminho para percorrer, o Brasil está no caminho para se tornar um destino referência no setor. “Fizemos uma pesquisa com os clientes do segmento de luxo, e o que eles mais procuram em um destino é autenticidade e experiência. E o Brasil tem os dois. O país tem uma grande oferta de produtos autênticos. Contamos com várias opções de roteiros. Não existe um jeito único de conhecer o Brasil, existem várias formas de viajar pelo território”, explica o presidente que aponta quatro itens que tornam o país um reduto de autenticidade:

  • Hotéis e pousadas boutique: “A maioria dos nossos hotéis de luxo é boutique. Diferente das grandes redes internacionais, como o 4 Seasons, por exemplo, que estes turistas já estão cansados de visitar em viagens a negócios”;
  • Possibilidades de roteiros: “O Brasil oferece muitas possibilidades de roteiros e itinerários. Essa diversidade permite que os turistas conheça um país diferente em cada viagem que fizer ao Brasil, criando uma vontade no visitante de retornar sempre”;
  • Contato com a população: “Diferente de outros destinos de luxo, no Brasil, os turistas podem conhecer e entrar em contato com a população local e conhecer os brasileiros”;
  • Cenas culturais autênticas: “Ao entrar num bar, o turista se depara com uma música brasileira, com a cena de pessoas dançando e cantando e mostrando a nossa cultura. Não é uma música pop genérica como na maioria dos bares internacionais”.

Apesar do potencial, muitas questões desfavorecem o Brasil no segmento, a exemplo da mão de obra. De acordo com Frankenberg, o cliente de luxo é extremamente exigente e o país conta com pouca mão de obra especializada e preparada para atender às necessidades desse turista. O número de propriedades de nível mundial também é escasso. “Temos hospedagens muito boas no país, mas poucas estão ao nível global de excelências. Os hotéis precisam se inspirar em boas práticas internacionais a fim de oferecer um produto melhor qualificado”, finaliza.

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