Cerca de 500 hotéis ameaçam fechar as portas após falência da Thomas Cook

Dentre os 500 hoteis ameaçados de fechar, cerca de uma centena é 100% dependente dos viajantes da Thomas Cook

Exatos 500 hotéis na Espanha têm tudo para fechar as portas de forma imediata por conta da falência da Thomas Cook. Juan Malos, presidente da Confederação Espanhola de Hotéis, afirmou que a situação pode ser ainda pior se o governo não tomar medidas imediatas para contorná-la. Já na França, que conta com quase 18 mil hotéis, a situação é bem mais controlada justamente porque os hoteleiros não são tão dependentes da Thomas Cook.

A diferença do modelo de atuação de Espanha e França é essencial para os hoteleiros franceses não sentirem tanto a queda da Thomas Cook. Isto porque, na Espanha, os estabelecimentos nobres sempre registraram uma média de 30% de clientes provenientes de pacotes da Thomas Cook. Dentre os 500 hoteis ameaçados de fechar, cerca de uma centena é 100% dependente dos viajantes da Thomas Cook.

“Não conheço um hoteleiro francês que colocaria mais de 20% de seu faturamento nas mãos de um único operador”, diz Laurent Duc, presidente da UMIH Hôtellerie, ao abordar a situação delicada dos hotéis na Espanha. “Sempre tivemos o desejo de ser versáteis, porque é perigoso ter um único prestador de serviços ao cliente”, acrescenta Franck Trouet, conselheiro da Presidência da União Nacional de Hoteleiros da França.

Hoje cerca de 60% das reservas de hospedagem realizadas na França são feitas de forma direta, enquanto outros 40% viajam através de agências de viagens, site de reservas online ou por outros intermediários. Neste caso, a Thomas Cook não passa de uma fatia de bolo para o orçamento dos hoteleiros franceses. Outro ponto é que a duração das estadias tende a ser reduzida nos hotéis da França, atingindo uma média de 1,8 noites em 2017.