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Agências e Operadoras / Opinião

OPINIÃO – Otimismo e pés no chão

SCHULTZ - Ana Santana Divulgação

Ana Santana, diretora da Schultz (Divulgação)

Após mais de dois anos de fortes restrições, a indústria do turismo comemora os resultados de 2022. O controle da pandemia resultou na reabertura das fronteiras de praticamente todos os países, um marco significativo da retomada. Os horizontes voltaram a se abrir, permitindo que as viagens retornassem à rotina dos brasileiros e essa reconquista do direito de explorar novos destinos e viver experiências culturais diversas traz consigo boas novas no âmbito socioeconômico. Afinal, o turismo é um grande alavancador da economia, gerando muitos empregos diretos e indiretos em diferentes cadeias produtivas.

A confiança de um 2023 próspero para a indústria do turismo se intensifica conforme as previsões de crescimento realizadas por diferentes institutos de pesquisas e associações setoriais nos últimos meses começam a se confirmar. Uma estimativa realizada pelo Ministério do Turismo aponta para crescimento de 45,6% na movimentação turística nas festas de fim de ano, na comparação entre 2022 e 2021. São quase 10 milhões de brasileiros nas estradas e aeroportos, um fato que merece comemoração – e olhar atento.

De nossa parte, entendemos que é preciso se preparar para atender a essa demanda crescente, com inovação, diversificação do portfólio e agilidade no atendimento. Durante todo esse tempo de restrições, nas empresas Schultz, mantivemos os investimentos em tecnologia, intensificamos o relacionamento com fornecedores em destinos onde não atuávamos, criamos redes de divulgação, demos as boas-vindas a novos colaboradores e capacitamos agentes de viagens de todo o Brasil. O próximo ano chega também com um sistema de vendas que trará mais facilidade e negócios aos parceiros.

Diante dessas perspectivas, conseguimos vislumbrar 2023 com uma dose equilibrada de otimismo e pés no chão, já que ainda temos pelo menos dois desafios importantes pela frente. O primeiro é a carência de mão de obra qualificada, já que a paralisação temporária das viagens durante a pandemia acarretou na migração de profissionais do turismo para outros setores. A questão poder ser resolvida com a abertura de novas vagas, o que já vem sendo um movimento natural do mercado e deve se intensificar nos próximos meses.

A guerra entre Rússia e Ucrânia também preocupa, tanto pelo aspecto humanitário quanto pelos impactos diretos ao turismo brasileiro. Os destinos não estão na lista de preferências dos brasileiros, mas o conflito eleva o preço do petróleo o que faz com que o preço dos combustíveis também suba – incluindo o querosene de aviação. Com mais de um terço de seu valor correspondendo a despesas com abastecimento, os bilhetes aéreos tendem a custar ainda mais caro conforme o conflito se alonga.

Segundo um levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o preço do querosene de aviação no Brasil é mais caro do que nos Estados Unidos, tanto na bomba (+32,3%) quanto o cobrado pelas refinarias nacionais (+5,1%). Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), Environmental Impact Assessment (EIA – entidade da Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea), e Bureau of Transportation Statistics (BTS).

Essa alta afeta a decisão do turista, mas não o impede de viajar, segundo uma projeção da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) para 2023. A entidade prevê crescimento de mais de 50% entre seus associados em 2023. Há os que mudam os destinos, encurtam a jornada ou se planejam com antecedência para driblar o valor das passagens.

O fato é que depois de tanto tempo com a movimentação restrita, o que as pessoas mais querem é viver novas experiências. Exatamente por isso estamos confiantes de que, com a manutenção do controle da pandemia e a reabertura de todos os destinos, o turismo permaneça em crescimento e o setor avance.

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