Demanda aérea doméstica segue redução da oferta e cai mais de 7% em março

Somente a Gol vai deixar de operar 180 voos domésticos e diários agora em maio

Aeroportos mais vazios, menores filas de check-in, menos confusão na hora do embarque, mas um ligeiro aumento na taxa de ocupação média de aeronaves. O que isto significa?! Que a oferta e a demanda para o transporte doméstico de aviação já estão bem alinhados com a atual crise econômica do Brasil, responsável por enxugar as margens de lucro e aumentar os prejuízos das companhias. Os resultados divulgados pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) não mentem. Este é o oitavo mês de queda consecutiva na demanda doméstica pelo transporte aéreo no país.

Azul, Gol e Tam reduzem a oferta em maio

Enquanto Gol, Tam, Azul e Avianca seguem uma estratégia já bem conhecida de tentar seguir o “contexto macroeconômico” do país,  o que pode ser traduzido em menos voos diários e num menor volume de aeronaves nos principais aeroportos do país, a indústria nacional de aviação volta a lamentar os resultados mensais registrados. Desta vez, queda de 7,6% na demanda doméstica medida por RPKs (passageiros por quilômetros pagos transportados), em relação ao mesmo mês de 2015.

Já a oferta, medida em assentos-quilômetros oferecidos (ASK), teve recuo de 7,41% em março, na mesma base de comparação, levando à sétima redução seguida. Assim, a taxa de ocupação das aeronaves em voos domésticos (RPK/ASK) atingiu 77,5% em março de 2016, índice levemente superior ao registrado no mesmo mês de 2015, quando a taxa de ocupação doméstica ficou em 77,3%. Entre janeiro e março deste ano, a demanda no segmento doméstico acumula queda de 4,67% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, enquanto a oferta apresenta redução de 3,48%.

De acordo com a Anac, a Tam registrou a maior participação no mercado doméstico em março, com uma fatia de 36,8%. Em sequência, aparecem Gol, com 32,6%, Azul, com 17,8%, e Avianca, com 11,8%. O número de passageiros pagos transportados no mercado doméstico em março atingiu 7,182 milhões, queda de 8,43% em relação ao mesmo mês de 2015. Ao todo, foram transportados 23,144 milhões de passageiros no segmento doméstico nos primeiros três meses do ano, queda de 5,6% ante o primeiro trimestre do ano passado.