Embratur propõe legislação temporária para minimizar impactos do B737 MAX

Presidente e proprietário da empresa aérea Euro Atlantic Airways, Tomaz Mettelo, com Gilson Machado, presidente da Embratur

O presidente da Embratur, Gilson Machado Neto, se reuniu com presidente e proprietário da empresa aérea Euro Atlantic Airways, Tomaz Mettelo, e o CEO Eugénio Fernandes. No encontro foi discutida uma solução para remediar uma possível falta de capacidade de frota das companhias brasileiras para atender a alta temporada, em virtude dos problemas com os B737 MAX da Boeing, parados desde março deste ano.

“Metello me disse que companhias brasileiras não possuem aeronaves para voar no Brasil. Isso porque a fabricante Boeing teve problemas com seus modelos B737 MAX e não consegue produzir aviões suficientes para a demanda mundial. A previsão de resolver o problema é pra abril de 2020. Assim, a solução seria arrendar aeronaves estrangeiras. No entanto, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proíbe que as empresas possam buscar capacidade extra no exterior”, destaca Gilson Machado.

O procedimento chamado ACMI (Aviation, Crew, Maintenance and Inspection) é comum em diversos países e já utilizado por companhias aéreas ao redor do mundo, como IcelandAir e TAP. Neste sentido, Machado Neto considera a flexibilização da legislação um caminho viável para aumentar a capacidade aérea no país.

Gilson propõe que a solução seria a criação de uma legislação temporária da Anac, para possibilitar este modelo enquanto não são solucionados os problemas com o MAX. “Isso poderia por em prova, ainda mais com o verão do nosso País se aproximando, se esta seria a saída para falta de aeronaves no Brasil”, completa o presidente.

Gilson Machado e Osvalto Matos, da Embratur, em reunião com Tomaz Mettelo e Eugenio Fernandes

Sem voar desde março e ainda sem previsão de retomada, o MAX atrasou a produção da Boeing. No Brasil, a companhia mais afetada pelo problema foi a Gol, companhia de maior market share doméstico, que teve a operação de sete aeronaves suspensas e o adiamento na entrega de outras que receberia este ano.

“A Euro Atlantic pode ajudar a melhorar o trafico de aviões no Brasil. Basta que a Anac autorize que este procedimento seja feito. Tomaz disse que a empresa é um Service Provider. A intenção é colocar o avião, a tripulação, a manutenção e o seguro à disposição da empresa que precisar. A operação será da companhia aérea brasileira que os contratar. Tal operação já foi feita com a Iceland Air, da Islândia, e tem dado muito certo, com o aumento gradual do número de voos ofertados”, completa.

NOVA COMPANHIA NO BRASIL

O presidente da Embratur ainda sugeriu aos executivos a abertura de uma nova companhia aérea para operar no Brasil, aproveitando da nova legislação que permite 100% de capital estrangeiro em empresas aéreas brasileiras.

Outra sugestão foi a criação de voos charter entre São Paulo e Melbourne, na Austrália, e de Lisboa para cidade do Norte e Nordeste do País. “Sugeri a ele abrir uma empresa aérea no Brasil, uma vez que hoje é possível o capital 100% estrangeiro operar no Brasil, ou, até mesmo, que inicie voos charter de Melbourne para São Paulo e de Lisboa para o Manaus e o Nordeste”, afirma.

INVESTIMENTO DO BRASIL

Tomaz Metello é sócio da rede hoteleira Pestana e dono da rede Pestana CR7, que tem em parceria com o jogador de futebol Cristiano Ronaldo. O empresário afirmou que pretende inclusive trazer o sócio ao Brasil para mostrar o potencial de investimento no país.

“Tomaz Metello ficou tão interessado que sugeriu levar o seu sócio, Cristiano Ronaldo, para fazer um tour pelo Brasil, acompanhado da imprensa, para desfazer as imagens negativas que estão circulando pelo mundo. Ele é seu fã, e o vem acompanhando pela mídia. Hoje ele acredita que verdadeiramente o país vai mudar com o seu governo e, em breve, voltará a investir no nosso País”, finalizou.