Qatar está desapontada com atraso na entrega dos seus A320neo

O CEO da Qatar Airways, Akbar Al Baker, mais uma vez não está para brincadeiras. O executivo ameaçou trocar todos os motores da sua frota de A320neo caso a Pratt & Whitney não consiga consertar pequenas falhas nas turbinas PW1100G turbofan “rapidamente”. Até que essas mudanças não sejam feitas, o motor tem um tempo adicional para a refrigeração antes de reiniciar em algumas circunstâncias.

Na pendência dessas mudanças no hardware e software, a Qatar não aceitou ser a companhia pioneira no recebimento da aeronave, marco histórico que caiu no colo da Lufthansa. A fabricante Pratt & Whitney, por sua vez, afirmou que os problemas dos motores da aeronave serão resolvidos já nas próximas semanas. “Até abril, grande parte deste problema já estará solucionado”, disse Robert Leduc, do P&T.

Com 50 aeronaves do modelo encomendadas, sendo 34 A320neos e 16 A321neos, Al Baker afirmou que a Qatar já planeja receber as aeronaves motorizadas com o CFM LEAP 1A, engine que deve ser certificada ainda este ano, caso a P&W demore a achar uma solução. “Já notificamos a Pratt & Whitney de forma oficial e caso eles não resolvam os problemas do motor e coloque apto para uso, a Qatar Aiways irá cancelar as encomendas de aeronaves motorizadas pelo PW1100G”, disse o CEO.

Al Baker completou: “Já entramos em negociação com a CFM para estar preparada em motorizar todos as aeronaves da nossa frota de A320”, disse sem esconder o enorme desapontamento com o atraso. “Eu preciso ser honesto aqui e afirmar que os problemas não têm nada a ver com a Airbus. Este é um problema exclusivo da Pratt & Whitney, que não testou seus motores de forma adequada”, alfinetou.​

Para o CEO da Airbus, Fabrice Brégier, todos os problemas do PW1100G serão extintos até o meio do ano. “Esta é pelo menos a nossa meta, a que teremos um A320 totalmente confiável e equipado com motores Pratt & Whitney o mais rápido possível, algo que nos permite aumentar a produção e o número de entregas estimadas para o segundo semestre deste ano”, disse Brégier. “Tivemos um acordo de cavalheiros com a Qatar em adiar a entrega da primeira aeronave de sua frota até acreditarmos que a mesma está madura para suas exigências”.