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Aviação

“Seria saudável para o Brasil”, diz presidente da Azul sobre possível compra da Latam

John Rodgerson:

John Rodgerson: “Ao invés de ter uma crise a cada dois ou três anos, o que todo mundo quer é empresas que lucrem e paguem impostos”

Após o relatório do Bradesco BBI apontar como “muito provável” uma compra das operações da Latam Brasil pela Azul, cresceram especulações sobre concretização do negócio. Apesar de não revelar detalhes sobre as possíveis negociações, o presidente da Azul, John Rodgerson defendeu a realização de um movimento como este no mercado brasileiro.

“Um movimento neste sentido seria bom para o País. Não posso falar de nada o que está acontecendo, mas quero abrir a mente de que isso seria saudável para o Brasil, para as conexões e para a indústria inteira. Ao invés de ter uma crise a cada dois ou três anos, o que todo mundo quer é empresas que lucrem, paguem muitos impostos, ajudem o país, contratem muita gente e que comprem aeronaves locais, como a Azul faz”, afirmou ele durante participação no 13º Congresso Brasileiro de Convention & Visitors Bureaux.

“Ninguém fala a porcentagem que o Air Canada tem no Canadá, ou a Lufthansa na Alemanha. As pessoas querem empresas saudáveis, que conectem passageiros com o mundo. O que vejo no Brasil são companhias aéreas que fazem ‘voos de galinha’ que começa e fecham rapidamente. Estou aqui há 12 anos e já vi este filme muitas vezes. Isso não é bom para a indústria”, completou.

Rodgerson ainda citou o mercado norte-americano como exemplo e as fusões entre United Airlines e Continental, concluída em 2012, e US Airways e American Airlines, em 2013, como negócios que fortaleceram a indústria da aviação nos EUA.

“Nos Estados Unidos você tem falta de pilotos depois das fusões depois de United e Continental e US Airways e American Airlines. E ninguém reclama quando está em Atlanta e vê que Delta é forte demais e sim desfruta de ter opções de poder ir para qualquer lugar do mundo. Isso é um fato natural e pode ajudar muito o Brasil”, anisou o presidente da Azul.

Azul e Latam

“Isso é um fato natural e pode ajudar muito o Brasil”, afirmou o presidente da Azul sobre um possível negócio entre as empresas

DEFESA CONTRA CAPITAL ESTRANGEIRO

Mais do que fortalecer empresas e um mercado aéreo afetado pela pandemia de Covid-19, a consolidação de empresas no mercado brasileiro é vista pelo presidente da Azul também como um mecanismo de defesa para empresas brasileiras se protegerem da entrada de players internacionais no mercado brasileiro, que desde 2019 podem ter 100% de participação em empresas que atuam no mercado brasileiro.

John destacou que enquanto empresas de Europa e Estados Unidos receberam aportes bilionários de seus governos, no Brasil isso não aconteceu. Desta forma, vetar uma fusão ou aquisição enquanto empresas internacionais têm a liberdade de entrar no mercado brasileiro seria, de acordo com ele, colocar as empresas brasileiras em desvantagem.

“Há algumas coisas que mudaram por aqui. Primeiro que tem 100% de capital estrangeiro. Se uma empresa americana quiser começar uma linha aérea no Brasil ela pode, se uma europeia quer, também pode. Mas se a Azul quer entrar no país deles não pode, isso é estranho. Os governos europeus e dos EUA deram bilhões de dólares para as suas empresas aéreas. Com esses governos podem dar bilhões de dólares para as suas empresas e o Brasil deixar elas entrarem aqui mas não vai permitir uma fusão de duas companhias do país. Isso é um pouco estranho”, finalizou

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