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Hotelaria

ABIH x Decolar: associação pede sensibilidade à OTA

Dilson Jathay Fonseca Jr., presidente da ABIH - Nacional (Divulgação)

Dilson Jatahy Fonseca Jr., presidente da ABIH – Nacional (Divulgação)

Duas reuniões, muito debate e nenhuma conclusão. Este é o resultado parcial do embate entre a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) e a agência online Decolar.com. Na última semana, os dirigentes da entidade se reuniram pela segunda vez com os representantes da empresa em busca de uma solução para um impasse que já dura algumas semanas: o valor da comissão. A OTA está propondo um aumento de 13 para 15% para pagamentos a prazo e de 19 para 22% em pagamentos imediatos.

“Não podemos absorver mais nenhum custo”, disse o presidente da ABIH, Dilson Jatahy Fonseca, em entrevista ao M&E. Ele explicou que além dos custos muito altos de operação, os hotéis independentes sofrem com a retração econômica do país, que gera uma ocupação menor e tarifas defasadas. “A carga tributária da hotelaria é em torno de 45%. Isso sem contar os nossos custos fixos. Por isso, pagar uma comissão de 15% é inviável”, complementou.

Fonseca relatou que os dois encontros com os diretores da Decolar.com foram muito duros e que estão irredutíveis quanto ao aumento no comissionamento. Segundo ele, foi proposto um parcelamento deste reajuste, que também não foi aceito pelos hoteleiros. “Nosso desejo e necessidade é que eles baixem para 10%. A Decolar.com não está sensível ao atual momento da economia brasileira e às dificuldades dos hoteleiros”, afirmou o dirigente. “Esperávamos um pouco mais de compreensão da Decolar e ficou claro que isso não é possível, desta forma, a hotelaria brasileira não aceitará imposições que aumentem seus custos, e recomendamos aos associados que façam o bloqueio das vendas da Decolar.com”, adicionou.

Uma outra reclamação do setor é a concorrência com o aluguel de residências e quartos. Fonseca explicou ao M&E que a OTA disponibiliza este tipo de hospedagem em seu site de forma que concorrem diretamente com os hotéis. Como eles não têm a tributação e os custos fixos da hotelaria, a entidade sugeriu que Decolar.com aumente a comissão cobrada desses empreendimentos para 20%.

“Esta diferença de alíquota e a regulamentação deste segmento é uma das nossas metas. Já fizemos, inclusive, uma consulta ao deputado Herculano Passos, presidente da Comissão de Turismo da Câmara, sobre a viabilidade jurídica da criação de normas para a hospedagem em residências”, contou.

Questionado se a força atual das OTAs vem justamente do apoio que a hotelaria e demais fornecedores deram a elas no passado, Fonseca concordou, mas ponderou que tratava-se de uma oportunidade para os hotéis independentes terem uma capacidade de distribuição parecida com a das grandes redes. “Elas precisam ser coerentes, especialmente neste momento crítico, pois são parceiros essenciais. Eles precisam entender que este comissionamento sai da nossa receita bruta”, disse.

Procurada pela reportagem do M&E, a Decolar.com não se pronunciou sobre o assunto.

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