EDITORIAL – E a moeda de troca é sempre o Turismo!

Não é de hoje que o Ministério do Turismo e a Embratur são verdadeiras moedas de troca do governo federal. Por conta APENAS de interesses políticos, quase deixou o cargo, nesta terça-feira, dia 13 de junho, a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e o presidente da Embratur, Marcelo Freixo, poderia ir pelo mesmo caminho, como vimos nos maiores jornais do país. Foi por pouco! E não que isso ainda não possa acontecer ainda esta semana, mas, pelo menos hoje fica tudo como está! E AINDA BEM!

São dois aliados de Lula que ainda podem se despedir de seus respectivos cargos puramente por pressão política. Não é de hoje que, para ter maioria no Congresso Nacional, é preciso ter aliados de diferentes partidos dentro do poder executivo. E Lula sabe muito bem disso! É difícil aprovar projetos e emendas sem o apoio da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Mas, por que utilizar do Turismo para resolver problemas políticos? Porque eles não sabem da nossa importância!

Toda a equipe qualificada que vem sendo montada no Ministério do Turismo e na Embratur desde quando tudo começou quase foi por água abaixo. Mas será que Jaqueline Gil, Kátia Bittencourt, Roberto Gevaerd, Bruno Reis, Bruno Villa, Monica Samia, Mariana Aldrigui, Bento Nunes, Marcelo Lima Costa, Carlos Henrique Sobral e mais profissionais da Embratur e do MTur valem menos do que os 59 deputados federais que fazem parte do partido União Brasil?

Será que não adianta nada Marcelo Freixo repetir centenas de vezes, em todos os eventos que participou nestes seis meses, sobre a importância do Turismo para o Brasil? Em uma de suas últimas aparições, no Festival das Cataratas, Freixo voltou a lembrar que o Turismo é um setor que R$ 1 investido tem um retorno de R$ 20 na economia e que não há nenhuma atividade mais compatível com os desafios do século XXI do que o Turismo, uma indústria limpa e que, com toda a falta de investimento, responde por 7,8% do PIB do Brasil. Faço aqui das palavras dele, as minhas: “É preciso mudar a mentalidade política brasileira. Ainda não se olha para o Turismo com o potencial que ele tem”.

Quantas vezes mais teremos que repetir as mesmas frases para que nosso setor tenha sua devida importância para o governo federal? Já passou da hora! Vamos ter orçamento permanente para Embratur promover o Brasil no exterior, vamos facilitar a chegada de turistas, vamos melhorar a qualidade dos serviços e de nossa infraestrutura e vamos tratar o Turismo com o  profissionalismo que merece. Chega de tratar a gente como moeda de troca, porque o resto, a gente sabe muito bem como fazer. Se não forem ajudar, que pelo menos não atrapalhem! Porque o Turismo segue mais vivo como nunca. E só a gente que trabalha no setor sabe os reais esforços que nos fizeram chegar até aqui.

Roy Taylor é CEO do MERCADO & EVENTOS.