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Política

Brasil investe em turismo com acessibilidade de qualidade

Praias de Pernambuco são exemplo

Praias de Pernambuco são exemplo


O Ministério do Turismo e o Sebrae lançaram em dezembro uma publicação que reúne casos de sucesso em inovação na gestão do turismo, selecionados em pesquisa realizada em 65 destinos.  A publicação reúne as histórias de ações que tiveram impacto positivo nos destinos onde as práticas inovadoras foram desenvolvidas. Inicialmente, foram selecionados 80 projetos, dos quais 11 se destacaram por apresentarem inovação no desenvolvimento ou modernização de um produto, processo, método de marketing ou organizacional.

Uma das maiores evoluções constatadas pelo guia foi sobre projetos de acessibilidade, como o Programa Turismo Acessível Pernambuco Sem Barreiras, introduzido em Ipojuca (PE). No caso, a ação abriu a possibilidade de acesso ao mar e passeios de jangadas a pessoas com dificuldade de locomoção e colocou a pernambucana Ipojuca no mapa dos destinos que desenvolvem boas práticas no turismo brasileiro.

O projeto que garante acessibilidade irrestrita ao mar, idealizado pela Secretaria de Turismo do Estado de Pernambuco e Empresa de Turismo de Pernambuco, com apoio da Prefeitura de Ipojuca, já atendeu mais de 1,5 mil pessoas, entre turistas e moradores locais. Criado em 2013, o programa disponibiliza esteiras de acesso ao mar e cadeiras de rodas anfíbias capazes de se locomover na areia e na água. Além disso, mobiliza profissionais qualificados para o banho assistido em algumas praias pernambucanas. Atualmente, três localidades, além de Porto de Galinhas, contam com estruturas similares de acessibilidade. São elas: as praias do Sudeste (Fernando de Noronha), da Boa Viagem (Recife), e do Bairro Novo (Olinda).

Megaeventos impulsionam investimentos em estrutura

A acessibilidade de um modo geral, como banheiros adaptados, um cardápio com letras em braile ou uma rampa de acesso é cada dia mais necessária e presente nos roteiros brasileiros, e importante para a arrecadação de finanças também. O Brasil tem cerca de 45,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa cerca de 23,92% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2016, o Brasil sediará os Jogos Paralímpicos, no Rio de Janeiro, quando serão esperados 4.350 atletas de 176 países, de acordo com a organização do evento. Portanto, será preciso dar o exemplo.

Os pontos turísticos do Brasil também ganharam projetos voltados aos portadores de necessidades especiais para a Copa do Mundo. O MTur investiu R$ 109 milhões e financiou 14 projetos que envolvem acessibilidade. Algumas cidades brasileiras, além de Ipojuca (PE), Socorro (SP) e São Paulo, também se destacam por oferecer hotéis com quartos e banheiros adaptados, restaurantes com cardápios em braile e informações acessíveis a deficientes auditivos e serviços de transporte adaptados. Entre elas, está Maceió, a capital com o maior percentual de quartos de hotéis adaptados para receber visitantes com mobilidade reduzida.

Entre as cidades turísticas brasileiras mais visitadas, São Paulo (SP) se destaca pelos museus com catálogos em braile e audioguias, como por exemplo, a Pinacoteca do estado, o Museu de Arte de São Paulo (Masp), o Museu do Futebol e o Museu da Língua Portuguesa, e por oferecer uma grande rede hoteleira adaptada, com 511 quartos. O Rio de Janeiro (RJ) oferece elevadores-plataforma que dão acesso às bilheterias e à área de embarque do Pão-de-açúcar. Em turismo de aventura, destacam-se a Chapada do Guimarães (MT), com trilhas para deficientes visuais no Espaço Turístico Chapada Aventura. A trilha possui cordões e sinalização tátil. Em Brotas (SP), monitores de várias operadoras receberam treinamentos para conduzir os turistas com deficiências, especialmente nas modalidades rafting, arvorismo e tirolesa.

Em agosto de 2014, por exemplo, foram realizadas palestras gratuitas em Pernambuco, com o objetivo de aperfeiçoar os meios de atendimento ao cliente com deficiência física. Cerca de 700 garçons, recepcionistas, camareiras e mensageiros de Recife puderam se qualificar. Restaurantes como o de Fabiano Paraízo, em Recife, tiveram toda a equipe capacitada pelo projeto. Para receber melhor os cerca de 100 fregueses idosos e cadeirantes, que frequentam todo o mês seu restaurante, Paraízo treinou sua equipe de 70 funcionários. “Antes, os garçons esperavam o pedido dos clientes, agora, sabem como conduzir o atendimento, desde a chegada na porta de entrada até o momento de posicionar o prato e servir a refeição”, afirmou.

Ferramenta eletrônica – Idealizada e lançada pelo Ministério do Turismo, a ferramenta eletrônica Turismo Acessível permite que o internauta cadastre e avalie estabelecimentos e atrações turísticas, de acordo com seu nível de acessibilidade. Com mais de 500 mil acessos desde o lançamento, em julho de 2014, o site também inclui legislações, normas e cartilhas com dicas de como se adaptar e receber bem a pessoa com deficiência ou mobilidade reduzida. Atualmente, São Paulo pode ser considerada a cidade mais acessível do país, pois, mesmo com suas inúmeras falhas, ainda tem muita oferta turística acessível. Bonito e Foz do Iguaçu também são duas cidades que merecem destaque.

Prêmios – Considerada referência no turismo acessível de aventura no Brasil, o município de Socorro (SP), localizado a 132 quilômetros de São Paulo, foi premiado em Londres, durante a última WTM. Os hotéis-fazenda Campo dos Sonhos e Parque dos Sonhos concorreram nas categorias de melhor projeto para pessoas com deficiência e prática do turismo responsável. Eles foram agraciados com os títulos “Best for People with Disabilities” e “World Reponsible Tourism Award – Overall Winner”.

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