
A conta de quem sonha em viajar para fora do Brasil vai pesar mais uma vez. O Supremo Tribunal Federal decidiu manter o aumento do IOF em operações internacionais, e a mudança começa a valer imediatamente.
A decisão, assinada por Alexandre de Moraes, valida o decreto do governo federal que eleva o imposto para 3,5% em três frentes: compras com cartão internacional, envio de dinheiro para fora do país e até na compra de moeda estrangeira em espécie.
Antes disso, quem comprava dólar no papel pagava 1,1% de IOF. Agora paga 3,5%. A mesma alíquota vale para quem transfere dinheiro para contas no exterior, seja para pagar um curso, um aluguel temporário ou qualquer serviço contratado fora. No cartão de crédito, a mudança é mais leve, de 3,38% para 3,5%, mas ainda assim representa alta.
A medida foi recebida com indignação pelo setor de turismo. A Braztoa, que representa operadoras, soltou nota dizendo que o custo das remessas internacionais pode subir mais de 800%. O principal alerta da entidade é que a decisão prejudica vendas já feitas com base em uma regra que agora mudou no meio do jogo.
Na prática, todo mundo sai perdendo: o consumidor, que vai pagar mais; as empresas, que terão que reequilibrar contratos; e o setor de turismo como um todo, que vinha tentando recuperar o fôlego no mercado internacional.
O que muda no dia a dia?
Com a alíquota reajustada, situações simples viram dores de cabeça. Quem planejou trocar R$ 10 mil por dólares em espécie, por exemplo, antes pagaria R$ 110 de IOF. Agora, esse custo salta para R$ 350, um aumento que, sozinho, já compromete parte do orçamento da viagem.
O mesmo vale para quem paga a hospedagem direto com o cartão de crédito: uma diária de hotel em Nova York que custe US$ 200, convertida a R$ 1.100, terá agora R$ 38,50 de IOF embutido na fatura, além da variação cambial. E quem vai estudar fora e precisa mandar R$ 20 mil para uma universidade ou aluguel no exterior, por meio de uma plataforma como Remessa Online ou Wise, pagará R$ 700 só de imposto, antes seriam R$ 220. São custos que se acumulam de forma invisível, mas que podem fazer a diferença entre seguir com os planos ou adiar a viagem.
Para quem já comprou viagem ou está com planos para os próximos meses, vale revisar o orçamento. O câmbio pode até não ter subido, mas o imposto sim, e ele vem silencioso, direto na fatura.