A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um aumento de 2,8% em julho, mostrando que os consumidores brasileiros estão mais confiantes no emprego, no segundo semestre de 2023. O índice, que é medido mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aproxima-se da zona favorável (acima dos 100 pontos), indicando uma recuperação do consumo após a crise econômica causada pela pandemia.
O destaque da pesquisa foi o recorte por gênero: embora o índice de intenção de compra esteja maior para os homens, o otimismo das mulheres avançou mais em um ano, em relação ao emprego e ao consumo. A intenção de consumir das mulheres aumentou 27,8%, enquanto entre o público masculino cresceu 21%, mas ainda está em nível mais baixo (97,9 pontos contra 100,6 dos homens). Além disso, do total de consumidoras, 40,6% apontam que estão mais seguras no emprego atualmente, e 10,6% afirmam estar desempregadas. Entre os homens, 42,5% afirmam estar mais seguros no trabalho, e somente 7,8% apontam desocupação.
A maior segurança no emprego é reflexo da geração de vagas formais, principalmente nos setores de serviços e construção civil, que contrataram mais pessoas de menor nível de escolaridade e renda. O indicador de satisfação com o emprego atual alcançou o maior nível desde março de 2015 (123,8 pontos). A perspectiva profissional também avançou em ambos os gêneros, alta de 3,5%, para os homens, e 3,3% entre as mulheres, respectivamente).
“O aumento da confiança no emprego se reflete na maior satisfação com o nível de consumo atual e na perspectiva de consumo no curto prazo”, afirma o presidente da CNC, José Roberto Tadros. Esses dois indicadores também já se encontram no quadrante positivo, ou seja, acima dos 100 pontos. Tadros ressalta, ainda, que a inflação corrente anual em queda e a renda disponível maior também contribuíram para o aumento do consumo das famílias.
No entanto, ainda há obstáculos para o consumo, como o endividamento elevado, os juros altos e o acesso ao crédito restrito. Esses fatores limitam a capacidade de compra de produtos duráveis, como eletrodomésticos, móveis e veículos. O indicador de intenção de compra de duráveis foi o menor entre os sete que compõem a ICF, com apenas 60,8 pontos.
“Temos a confiança de que a redução da inadimplência com o programa Desenrola, do governo federal, e a queda dos juros, esperada para o terceiro trimestre, facilitem o acesso ao crédito e estimulem o consumo das famílias brasileiras nos próximos meses”, pontua o presidente da Confederação.