O dólar americano foi o grande protagonista do mercado de câmbio no Brasil em 2023. A moeda norte-americana foi a mais operada no recorte de janeiro a dezembro do ano passado, concentrando 52% do volume de todas as operações de unidades monetárias estrangeiras, segundo dados da Travelex Confidence. A moeda inclusive liderou o ranking em dezembro, atingindo a marca de sete meses consecutivos no topo.
Esse movimento de ascensão do dólar fez com que a moeda ultrapassasse o volume operado no período pré-pandêmico (2019), apresentando um crescimento de 10,7% no comparativo. Já em relação a 2022, a unidade monetária norte-americana teve um leve encolhimento no volume de operações (-4,3%).
“A forte demanda por dólares americanos no Brasil em 2023 foi impulsionada por uma série de fatores econômicos externos, como a inflação global – que pressiona os bancos centrais do mundo a aumentarem suas taxas de juros – além de eventos geopolíticos e decisões políticas monetárias. A escalada da moeda, em comparação a 2019, é reflexo também da recuperação econômica pós-pandemia”, destaca Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence.
Ainda segundo o levantamento, a segunda moeda mais representativa em 2023 foi o euro (EUR), responsável por 37,6% do volume operado em todo o ano de 2023. Apesar desse destaque, o euro apresentou uma queda considerável do volume transacionado no comparativo com 22 (-18,5%) e obteve também volume menor nas operações em relação ao período pré-pandemia (-2%).
A libra esterlina (3,6%), o dólar canadense (2,8%) e o dólar australiano (0,9%) fecharam o top 5 das principais moedas transacionadas entre janeiro e dezembro de 2023, ambas com índices inferiores tanto no comparativo com 2022 quanto em relação ao ano de 2019 (pré-pandemia).
IENE É DESTAQUE – Na contramão das moedas mais buscadas pelos viajantes brasileiros, o iene teve um salto considerável de operações em 2023. A moeda oficial do Japão ficou na sexta colocação do ranking do ano passado, com 0,9%, mas com índices surpreendentes no comparativo com 2022 (+118,8%) e com 2019 (105,4%). Os bons resultados da moeda japonesa se devem principalmente à liberação da necessidade de visto por parte dos governos.