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Ensino do Turismo: uma visão acadêmica

Confira abaixo artigo do diretor da faculdade de turismo da UniverCidade; Bayard Boiteux:

Tenho estudado nos últimos anos; a gestão acadêmica dos cursos de Turismo e Hotelaria; no Brasil e em especial na região sudeste que representa mais de 60% de todos os cursos existentes em nosso país. Verifica-se uma proliferação de cursos superiores e agora de tecnólogos; que não conseguem sobreviver e vão buscando formatos de alunos ingressantes cursarem disciplinas avançadas; para aproveitar os poucos alunos que optam pelo turismo; e acabam fechando. Fico surpreso também com cursos que conseguem nota 5 no ENADE e nota máxima dos avaliadores; sem ter a estrutura efetiva para uma interação com o mercado laboral. Fico a me perguntar o que está ocorrendo com uma área de conhecimento tão importante.

Há uma realidade que deve ser colocada num primeiro momento: grande parte dos alunos que frequentam as chamadas faculdades de massa fazem parte de uma primeira geração que frequenta o ensino superior. Normalmente oriundos de escolas de ensino médio que não os preparam adequadamente; acabam sendo pouco exigentes em sala de aula; o que também reduz a qualidade da informação ministrada. Um curso de Turismo e Hotelaria demanda que o aluno possa fazer intercâmbio; aprender idiomas fora da faculdade; conhecer os novos produtos turísticos; apoiar seu conhecimento na informática e estagiar; antes do primeiro emprego; além de possuir ampla cultura geral. Tal perfil não é o que encontramos nas instituições; o que demanda grandes desafios.

Uma das formas de fazer com que o aluno possa vivenciar a atividade como um todo; são as atividades complementares. Elas devem se traduzir em visitas técnicas; laboratórios de finais semana; seminários de atualização; vivência  “in loco” em empresas turísticas; além de cruzeiros universitários. É uma contribuição efetiva que as faculdades podem fazer  para que seus futuros egressos tenham uma real noção do mercado.

Por outro lado; temos que buscar para as disciplinas técnicas; professores que atuam em empresas turísticas no dia a dia. É aprender com quem faz através de estudos de caso e plantar a semente da inovação e do empreendedorismo; recheado de ética; que deve nortear empresas sustentáveis; altamente competitivas. Nossa função como gestores educacionais é permitir que ao saírem de nossos cursos; os turismólogos estejam prontos para  enfrentar um mercado em constante mudança e que demanda visão multicultural e sem preconceito. Há algo que me inquieta: A necessidade de mestres e doutores; como forma de mostrar qualidade nos cursos.

Tais titulados passam muitas vezes a emprestar suas titulações para reforçar a equipe docente. No caso de Turismo e Hotelaria; há de se levar em conta as habilidades necessárias para a formação final.

A cultural geral que é fortalecida pelos componentes curriculares como história; geografia; direito; sociologia tem que se apoiar na realidade local e na identidade internacional trazida sempre pelos que nos visitam e pela abordagem internacional de refrigerantes; sanduíches; free shoppings que criam um mundo sem fronteiras mas com características individuais.

Não se concebe; por outro lado; que uma instituição de ensino superior não tenha laboratórios específicos; como agência de viagens modelo; laboratório de hotelaria; acompanhados de software de gestão; para que os acadêmicos possam vivenciar no pouco tempo que têm as fases operacionais das inúmeras atividades; que devem ser apoiada em pesquisa constante.

Se quisermos realmente mudar a realidade dos que entram em nossas instituições; vamos rapidamente reformular nossos projetos pedagógicos. Vamos trabalhar com gestores que queiram mudança e revolução acadêmica o tempo inteiro. Professores que tenham no magistério uma arte de criar dúvidas e curiosidades; que vistam as sandálias da humildade e que entendam que a sala de aula; maior espaço acadêmico do processo ensino-aprendizagem é espaço de troca.

Ainda acredito no ensino superior do Turismo e da Hotelaria e desenvolverei sempre que estiver ao meu alcance; críticas e sugestões para o aprimoramento das faculdades; que muito evoluíram nos últimos anos; mas que precisam passar por adaptações constantes. É o caminho da modernidade e do sucesso…
 
Bayard Boiteux é diretor da faculdade de turismo da UniverCidade e preside o site Consultoria em Turismo

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