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Professor publica artigo sobre desafios do Turismo em 2013

O professor, consultor e escritor de Turismo, Bayard Boiteux, escreveu artigo onde aborda os desafios do Turismo para este ano. Confira, a seguir:

O Turismo e seus desafios em 2013

Bayard Do Coutto Boiteux

Otimismo e visão de futuro são duas palavras chaves para o sucesso da atividade turística. No entanto, otimismo exacerbado pode levar a visões distorcidas da realidade. O Brasil passa por um momento de calma no Turismo. Grandes eventos irão acontecer, a pacificação das comunidades mostra uma nova imagem institucional do Rio e a construção de meios de hospedagem reaquece a construção civil turística. Parece que vai tudo bem. Agora, será que estamos no caminho certo?

Há várias indagações ainda sem resposta: novas unidades habitacionais foram necessárias para atender as exigências dos eventos. Vê-se, no entanto que o fluxo turístico não tem crescido em nosso país. O que será feito de tantos hotéis, após a realização dos eventos? E a sazonalidade? E a mão de obra? Não existem estratégias para o Day after. Ainda estamos presos a um planejamento de curto prazo, sob pressão e variando de acordo com a vontade política dos dirigentes e as prioridades que vão aparecendo.

Ficamos sempre na expectativa de que algo externo vai acontecer e que vai nos benificiar. Acreditamos no resultado imediatista do câmbio, por exemplo ou ainda de uma imagem paradisíaca que pensamos habitar o inconsciente dos turistas. Será que a participação em eventos internacionais com stands é o caminho certo? Não seria mais correto pensar em outras formas de atingir nosso público. Vejam, que no carnaval, as tarifas da Argentina para aqui ou vice-versa, se não compradas com muita antecedência são astronômicas e é nosso principal mercado emissor, mais próximo. Deixamos o câmbio de lado e estamos entre os países mais caros do mundo, sobretudo o ícone Rio de Janeiro. Preços cobrados nas áreas de alimentação e entretenimento, sem o glamour necessário afugentam visitantes e atendem uma clientela local, que busca status no lazer. A ponte aérea é um monopólio distorcido de cinquenta minutos de voo, entre São Paulo e Rio. As empresas aéreas que vão desaparecendo e criam uma ideia de que não há diversificação de tarifas e que cada um faz mais ou menos o que quer…

Infraestrutura é vital, sobretudo aeroportuária. Chove nos aeroportos, apagões nos mesmos e pequenos baldes para evitar a inundação são de uma falta de profissionalismo latente, sobretudo se levarmos em conta que as taxas de aeroporto, aluguéis de áreas e balcões para empresas aéreas geram receitas que devem ser aplicadas na melhoria do atendimento. Pouco pessoal no controle de documentação quando vários voos chegam ao mesmo tempo  acarreta imagem negativa na chegada. Será que a privatização é a resposta? Tenho refletido muito sobre o assunto e acho que a função do Poder Publico é muito mais de normatização do que administração.

A gestão pública do Turismo evoluiu. Porém, continua-se vendo o loteamento de cargos nas empresas, secretarias e ministérios criando um olhar crítico daqueles, que por exemplo estudam o Turismo nos bancos das faculdades. Cargos políticos são ocupados por políticos, no pacto de governabilidade. Agora, temos que criar um quadro técnico forte, através de concursos públicos que será responsável pelo desenvolvimento dos programas a médio e longo prazo e cuja permanência vai determinar o sucesso do modelo de desenvolvimento sustentável.

A mão de obra não pode viver da imagem de que como os turistas gostam muito de ‘nossa gente’ não necessitam de treinamento e reciclagem contínua. Vejo poucas empresas de turismo e hotelaria investindo em seus mandos gerenciais, com pós graduações ou ainda cursos. Aquelas que o fazem, não se preocupam com a continuidade de um programa de capacitação ao longo de toda a vida laboral do colaborador. Empresas que entenderam que o treinamento é um dos melhores investimentos criaram times de sucesso e tiveram resultados financeiros mensuráveis em função de tal procedimento.

O turismo também não que se preocupar muito com a pesquisa. Vive de achismo e de máximas ultrapassadas. A pesquisa audita qualidade, mostra novos rumos mas mantém acesa a chama do delineamento mais racional dos investimentos. Sim, ela pode ser um instrumento de mudança e pode evitar situações de falência e outras modalidades de falta de entrosamento com a realidade mercadológica.

2013 é um grande ano mas precisa de muita cautela e muita vontade de adequação aos parâmetros de sustentabilidade, pesquisa, marketing e capacitação. Um grande ano mas que deve vir carregado de mudanças de olhar…

Bayard Do Coutto Boiteux é professor universitário, escritor, dirige o curso de Turismo da UniverCidade e preside o Site Consultoria em Turismo (www.bayardboiteux.com.br).

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