Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Cruzeiros / Política

Custo Brasil faz com que temporada de cruzeiros 2023/2024 seja a mais cara da história

fórum clia cruzeiros

Marco Ferraz, presidente Executivo da Clia

O Fórum Clia brasil, realizado em Brasília, na última quarta-feira (30), expôs alguns dos entraves que impedem o crescimento acelerado da indústria de cruzeiros no Brasil. Segundo Marco Ferraz, presidente Executivo da entidade, o custo Brasil de operação é 40% mais caro, na comparação com outros mercados mundo afora.

“Estamos comemorando os números da temporada passada, que foi muito forte, e da próxima, que será tão forte quanto, mas precisamos fazer a nossa lição de casa. Outros destinos estão vindo com investimentos bilionários e custos de operação muito inferiores aos do Brasil, e isso nos preocupa, não queremos repetir o bom momento de 2011/12 e a retração do mercado da temporada seguinte, influenciada por esses aspectos”, apontou Marco Ferraz, presidente Executivo da Clia Brasil.

Com movimentação de R$ 5,1 bilhões na economia e a perspectiva de superação dessa cifra para a temporada 23/24, a Clia projeta que a edição deste ano será a “mais cara da história”.

“O custo Brasil é muito superior ao dos demais países, e no que tange a passagem do navio na América do Sul, ainda temos uma disparidade nos valores dos impostos a serem pagos em cada país percorrido, visto que nossos navios fazer três países na temporada. Precisamos alinhar os nossos impostos portuários com o mercado internacional e o da região sul-americana, para nos tornamos compatíveis e competitivos”, explica em entrevista exclusiva ao M&E.

Segundo Ferraz, o surgimento da pandemia de Covid-19, que fez paralisar o mundo, deu uma chance real de o Brasil competir com outros mercados de destaque no segmento de cruzeiros. O país foi um dos primeiros a retomar as operações, seguindo os protocolos de saúde e segurança necessários e essa atitude colaborou para o sucesso da Temporada 2022/23.

“Com o Fórum Clia Brasil, apresentamos o setor, seu potencial, demanda e defasagens, demos o recado e agora temos que nos unir, tanto a esfera privada quanto a pública, para criar e aplicar estratégias que solucionem esses problemas”

No entanto, a conta da operação, que é alta, tem a soma taxas portuárias, encargos trabalhistas, impostos relacionados ao Código do Consumidor e insegurança jurídica. O executivo aponta que a solução para a complexidade do problema depende da união de muitos atores e da paciência de todos, visto que são processos e códigos de conduta que precisam mudar em muitas esferas.

“Com o Fórum Clia Brasil, apresentamos o setor, seu potencial, demanda e defasagens, demos o recado e agora temos que nos unir, tanto a esfera privada quanto a pública, para criar e aplicar estratégias que solucionem esses problemas”, explica.

“É necessário que o governo veja o Turismo como uma atividade econômica efetiva e poderosa para transformação social e invista em capacitação em infraestrutura nos portos, cidades, rodovias, qualificação profissional em serviços e muitos outros aspectos”

Andre Pousada da Royal Caribbean Marco Ferraz da Clia Brasil Estela Farina da NCL Dario Rustico da Costa Cruzeiros e Adrian Ursilli da MSC Custo Brasil faz com que temporada de cruzeiros 2023/2024 seja a mais cara da história

André Pousada, da Royal Caribbean; Marco Ferraz, da Clia Brasil; Estela Farina, da NCL Dario Rustico, da Costa Cruzeiros; e Adrian Ursilli, da MSC

Adrian Ursilli, presidente do Conselho da Clia Brasil e diretor Geral da MSC Cruzeiros no Brasil, complementa frisando que “o custo alto e o excesso de burocracia atrapalham, mas não é só isso o que trava o desenvolvimento do setor. É necessário que o governo veja o Turismo como uma atividade econômica efetiva e poderosa para transformação social e invista em capacitação em infraestrutura nos portos, cidades, rodovias, qualificação profissional em serviços e muitos outros aspectos. Além da operação, o cruzeirista precisa ter uma experiência positiva para gastar seu dinheiro e retornar outras vezes. Hoje, o viajante é um influenciador, se ele gosta do destino, certamente vai indicar e isso gera um ciclo virtuoso”.

Estela Farina, diretora Executiva da Norwegian Cruise Line e André Pousada, vice-Presidente Regional de Relações Governamentais para América Latina do Grupo Royal Caribbean, estiveram presente ao lado de Dario Rustico, presidente Executivo para Américas do Sul e Central da Costa Cruzeiros, discutindo “Tendências e perspectivas para a indústria de Cruzeiros”

No bate-papo, os dirigentes da Royal e NCL frisaram, que embora o Brasil seja muito atrativo, dado ao tamanho de sua costa, belezas naturais e potencial para os desenvolvimento do Turismo, o encarecimento da operação faz com que as armadoras prefiram outros destinos para estabelecerem operações regulares, contudo, o país segue no radar para uma retomada no futuro.

Sustentabilidade na indústria de cruzeiros

Captura de Tela 2023 08 31 as 13.34.44 e1693499719441 Custo Brasil faz com que temporada de cruzeiros 2023/2024 seja a mais cara da história

Portal com conteúdo interativo sobre ações de sustentabilidade na indústria de cruzeiros dentro e fora do Brasil (Reprodução do site)

A Clia lançou durante o encontro um portal dedicado às iniciativas sustentáveis que estão sendo desenvolvidas no setor, a fim de manter a transparência e garantir o acompanhamento do desenvolvimento do setor. A página (www.cruiseinfohub.com) está em português e contém gráficos e análises também sobre as tecnologias e combustíveis em uso dentro e fora do Brasil.

“A indústria de cruzeiros precisa estar de mãos dadas com a sustentabilidade, a economia azul é o nosso forte e o nosso sustento. Sem evolução e cuidado com o meio ambiente, é impossível operar”

“A indústria de cruzeiros precisa estar de mãos dadas com a sustentabilidade, a economia azul é o nosso forte e o nosso sustento. Sem evolução e cuidado com o meio ambiente, é impossível operar, além de ser extremamente prejudicial em diversas outras esferas, que são diretamente impactadas no cotidiano social”, observa Ursilli.

Receba nossas newsletters