Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Novas rotas de turismo regional em Brumadinho do Instituto Inhotim

IMG-20201029-WA0013Brumadinho vista do alto do mirante Topo do Mundo Foto Alexandre Siqueira-Embratur

BRUMADINHO (MG) – Desde o alto de 1.560 metros de altitude do mirante Topo do Mundo, na Serra da Moeda (MG), vemos ao longe e logo abaixo Brumadinho e seu entorno. A maravilhosa vista panorâmica de 360° não é um sopro de recomeço, mas de retomada do turismo interno, principalmente regional, de curta distância entre destinos nesta fase de flexibilização do isolamento social, como bem coloca o programa “Revisitando o Brasil” do Ministério do Turismo (MTur).

Brumadinho é uma cidade cercada por serras e cheia de história para contar a apenas 60 km de Belo Horizonte. Mas, para desconstruir o estigma e percepção de risco pós tragédia na barragem de Córrego do Feijão, que comprometeu menos de 2% de área rural, hoje o município se abre para mostrar belezas ainda pouca exploradas, além do Instituto Inhotim, o maior museu de arte contemporânea a céu aberto do mundo, sem dúvida sua principal atração, previsto para ser reaberto à visitação neste início de novembro.

Veja a galeria de fotos abaixo

Realizado pela Embratur (@embraturbrasil) com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (@visiteminasgerais), a ideia do “Revisitando o Brasil” para esta rota passa pela história do distrito de Piedade, pela valorização dos sabores da cozinha mineira e produção de artesãos locais. O programa também tem como propósito reposicionar Minas no cenário nacional.

A operadora e receptivo Happy Travel, responsável pelo roteiro sugerido para revelar Brumadinho lembra que, antes de tudo, a proposta é praticar um “turismo fora da caixinha, fora do comum”, e envolvendo a comunidade sempre.

E, foi na Fazenda Boavista onde morou a artesã Toshiko Ishii que tudo começou. Ela trouxe uma técnica japonesa de queima de cerâmica para a região que inspirou muitos artistas a explorar essa arte na região. Neta de Ishii, Nao Yuasa foi uma das idealizadoras do projeto Boavista Residencial desenvolvido no local e que, paralelamente também valoriza produtores nas áreas de cerâmica, bordado e gastronomia.

Como forma de estímulo ao desenvolvimento da região, o projeto incentiva a economia compartilhada, de geração de renda. Também realiza ações de preservação ambiental, através do resgate e replantio de 6 mil mudas de espécies nativas da Mata Atlântica e reintrodução de 3 mil orquídeas brasileiras, além da capacitação de bordadeiras da Serra da Moeda.

Arte e artesãos

Ateliê Shakra – Diretor da Escola Guignard/UEMG (2008/2012) e professor convidado da Academia de Belas Artes de Munique em 2014, Benedikt Wiertz montou há quatro anos o Atelier Shakra, no Vale da Serra da Moeda, onde também reside. A produção de peças de cerâmica atende várias linhas, como a utilitária de uso diário, preparo de alimentos, decorativa e artística. Além das vendas on-line, peças exclusivas podem ser encontradas na loja do Instituto Inhotim. Wiertz, que nasceu em Bonn (AL) e trabalha com cerâmica há mais de 45 anos recebe artistas, profissionais e visitantes em seu ateliê.

Ateliê Saracura – O casal Jéssica Martins e José Alberto Bahia formado em Belas Artes imortaliza cascas e sementes do Brasil, como cupuaçu, timbó e cabaça, entre outras em utensílios confeccionados em cerâmica de alta temperatura e esmaltados. Também desenvolve séries limitadas, algumas inspiradas em memórias de infância, como formas de brevidade e latas de sardinhas. O casal já teve peças expostas durante a Bienal 2016 em A Casa – Museu do Objeto Brasileiro e, na Europa, seu trabalho é representado pela Viridis Galery de Bruxelas (BE). Recentemente desenvolveram trabalhos em cerâmica com índios da tribo Wauja, do Alto Xingú.

Ateliê Primeiro Elemento – Desenhista industrial e metalúrgico, Roberto Bicalho sempre trabalhou com ferro. Há oito anos abandonou o trabalho formal em empresas e montou seu ateliê na Serra da Moeda. A matéria-prima para a confecção das mais variadas peças de uso e decoração vem de ferros-velhos, sucatas. “Não levo tudo. Meu olhar rapidamente enxerga forma, proporção e possibilidade de transformação”, explica o criativo artista que também evita encomendas. Das últimas que aceitou está concluindo um canhão da Guerra de Secessão norte-americana. Para Bicalho, sua obra não é um trabalho, mas sim “diversão”.

Igreja Matriz de Nossa Senhora da Piedade

Distrito de Brumadinho, Piedade, a “Vila esquecida do Paraopeba”, segundo Cida Magalhães, da Happy Travel, foi criada pelo bandeirante Fernão Dias em 1729 antes mesmo de Ouro Preto, onde encontrou ouro ao invés de prata e esmeraldas. Historiadores já admitem que Piedade foi a primeira Vila de Minas Gerais no papel.

A Igreja Matriz NS da Piedade concluída em 1713, atualmente passa por mais um processo de tantos outros de restauro que a descaracterizaram, mas, desta vez com a promessa de, paralelamente, recontar a história de Piedade de Paraopeba. Em estilo Barroco, a imagem de NS da Piedade foi trazida de Portugal.

GALERIA DE FOTOS

Receba nossas newsletters