Crie um atalho do M&E no seu aparelho!
Toque e selecione Adicionar à tela de início.

Opinião

OPINIÃO – Um visitante que não respeitou as leis do Turismo

Por Oreni Braga*

Oreni Braga

Oreni Braga

Dia Nacional do Turismo – 08 de maio. Perguntamos: o que temos para comemorar? Normalmente, quando um turista viaja para conhecer outro destino, procura informar-se a respeito da cultura, da gastronomia, dos hábitos e das leis que regem o local.

Há mais ou menos 02 (dois) meses, o Brasil foi impactado por um visitante que não se preocupou com nada disso. Desdobrou-se para estar em todos os vôos e já desembarcou com as suas armas em punho, direcionadas para os brasileiros, sem dó nem piedade. Após algumas semanas, o mesmo foi apresentado ao país pelo nome de Coronavírus, um elemento feroz, sem passaporte, sem bilhete aéreo, mas com a hospedagem garantida nos humanos.

Ele determinou as regras do turismo nacional. Não deixou mais nenhum gringo vir conhecer o Brasil e nem o meu Amazonas. Proibiu aos turistas domésticos de viajar de um Estado para o outro. Assim, em 60 dias, ninguém mais comprou bilhete aéreo para lazer, não reservou hotel, não foi mais aos restaurantes, não comprou artesanato, não usou transfer, não alugou veículo, não foi aos shoppings, não, não e não. Aqui quem deu e continua dando as ordens é o visitante considerado uma persona non grata. Um invasor da privacidade e da saúde humana. Um turista cruel! Adoeceu o corpo e a alma dos clientes e dos heróis empresários, do turismo nacional.

Milhares de aeronaves estão estacionadas nos aeroportos, demandando manutenção e gerando prejuízos às companhias; as grandes bandeiras hoteleiras estão fechando as suas portas, na grande maioria das capitais turísticas brasileiras, e os hotéis “pé duro” como chamamos esses nem se fala. As agências de viagem tiveram suas reservas canceladas abruptamente, ultrapassando a casa dos 80%, só no mês de março; os restaurantes procuram oxigênio com o delivery, mas isso não é o suficiente para pagar os custos e os prejuízos que os empresários aglutinam durante a quarentena. Com a crise, o setor vai fechar 50% dos seus estabelecimentos em todo o país. O turismo já desempregou milhares de pais e mães de famílias. Uma lástima!

Toda essa crueldade desencadeará em uma quebradeira geral, se o setor não for socorrido com financiamento na veia, sem burocracia, e incentivos que possam apontar um novo caminho, tais como: isenção de ISS por um período de 02 anos; isenção do ICMS da energia programada para a hotelaria; unificação do ICMS do querosene do avião (QAV) em 3%, em todo o país; entre outros que podem ser discutidos com as entidades de classes do setor.  Só assim haverá um restabelecimento diante do efeito devastador.

Não podemos perder a fé e a esperança. Com a ajuda dos governos federal, estaduais e municipais, e com a criatividade do setor, haverá uma retomada do Turismo Nacional. Levará um bom tempo para que o turista brasileiro deseje sair do país, por medo de ser contaminado.

O setor deve investir pesado em marketing e oferecer tarifas acessíveis aos clientes, embora saibamos que no início da retomada, a oferta de assentos nos aviões será reduzida, e por certo as tarifas terão preços elevados, atendendo as classes privilegiadas de viajantes. Porém, à medida que o efeito negativo diminuir, a demanda aumentará e a oferta será ampliada, retomando o curso normal de operação, em todos os segmentos.

Chegará o momento em que o brasileiro descobrirá outros brasis no nosso querido Brasil!

Viva o meu Brasil brasileiro!

*Oreni Braga é ex-Presidente da Empresa Estadual de Turismo (Amazonastur), especialista em Ecoturismo, Planejamento e Design de Ecolodges

Receba nossas newsletters