BUENOS AIRES – Mais 350 viagens de Argentina-Brasil por semana e uma média de 50,8 voos diários. É dessa forma que se firma a relação entre os dois países, que estão prestes a quebrar um recorde de assentos em voos confirmado pelo presidente da Embratur, Marcelo Freixo, durante a abertura da FIT Buenos Aires, no último sábado (28). Nesta terça-feira (01), durante sua passagem pelo estande do M&E, Bruno Reis – diretor de Marketing, Negócios e Sustentabilidade da Embratur – comentou como foi o processo de consolidação dessa nova fase para a aviação argentina-brasileira.
O diretor comenta que, no fluxo de visitantes durante os quatro dias de evento, nota-se um interesse por esses assentos. “Os agentes de viagem e os operadores estão procurando o destino, querendo tirar informações, principalmente sobre os voos novos, como Córdoba e Rosário. Além de Buenos Aires, esses novos voos também foram anunciados ligando 12 cidades diretamente com o Brasil”, explica Bruno.
O processo, de acordo com Reis, só pôde ser realizado através da estimulação do PATI (Programa de Aceleração do Turismo Internacional), e com uma parceria com o Ministério do Turismo, Portos e Aeroportos, para a utilização do FNAC, (Fundo Nacional de Aviação Civil), para também permitir que as companhias aéreas internacionais e os aeroportos brasileiros pudessem pleitear os voos de interesse e trazê-los ao Brasil.
“Essa foi uma iniciativa bastante exitosa que a gente começou dez meses atrás, e abriu muitas possibilidades de relação que não existiam, ou que a gente não estava tão bem posicionado. Então, no primeiro trimestre de 2025, a gente vai ter um recorde de assento de 820 mil assentos Argentina-Brasil, quase 50 mil assentos a mais”, afirma o diretor.
Novo recorde de visitantes e conexão terrestre
Bruno conta que, se analisarmos somente a questão aérea, existe uma expectativa de aumento considerável no número de turistas internacionais no país, que já vêm crescendo mesmo antes desses novos assentos serem lançados. Contudo, Reis avalia que o setor rodoviário é outra área importante para a emissão do turista argentino, e precisa ser mencionado nessa conta.
“Parte desses argentinos voam, mas além de usar o modal aéreo, também usam o modal rodoviário. O número concreto de argentinos no Brasil, provavelmente, a gente só vai conseguir ter meio de janeiro. Mas a nossa expectativa é boa, estamos bastante otimistas. Os operadores argentinos, as OTAs e as próprias operadoras e companhias aéreas vêm com um mercado muito aquecido, e até mesmo o próprio rodoviário”, disse Bruno.
“A gente apoiou, por exemplo, o lançamento da campanha do Rio Grande do Sul, justamente para mitigar essa imagem possivelmente para esse argentino que não tem noção ainda o quão fácil e o quão viável é realizar uma viagem de carro para o Brasil”, explicou Reis.
O diretor também afirma que, após os desastres naturais que afetaram o Rio Grande do Sul, a Embratur está tomando medidas e ações para promover o destino. “Estamos apoiando uma presstrip para a Festuris, na qual a gente está levando, inclusive, jornalistas para poder mostrar o destino, atrativos como o Natal Luz, e o quão fácil está hoje esse deslocamento”, contou Bruno.
Não só o Rio Grande do Sul está de volta ao mercado, mas o Brasil, como um todo, está crescendo no turismo. Bruno Reis afirma que, de janeiro a agosto deste ano, aproximadamente 4,4 milhões de visitantes chegaram ao país. “A nossa estimativa é chegar a dezembro e janeiro por volta de 6 milhões, ou seja, batendo o nosso último recorde”, finalizou o diretor, que também acredita no fomento do setor a partir da instauração do novo plano de comunicação da Embratur, em maio de 2025.